4 Dicas para sustentar o movimento de evolução da cultura da sua empresa
A importância da evolução da cultura para assegurar o sucesso e a sustentabilidade dos negócios já é senso comum. Não precisamos mais argumentar sobre isto.
Ao mesmo tempo a importância de práticas para sustentar o movimento de evolução da cultura ainda não está no radar da maioria das empresas.
Sendo assim, quando falo de evolução da cultura, estou falando muito mais do que os valores tipicamente traduzidos em frases inspiradoras, e sim em um conjunto de intenções e combinados entre um grupo de pessoas sobre como querem conviver e interagir em prol de um propósito comum.
E aqui reside algo que muitas vezes é negligenciado e faz com que encontremos pessoas que relatem que a cultura de suas empresas no papel é uma e na realidade é outra; a palavra intenções!
Já diz o dito popular que “de boas intenções o inferno está cheio”.
Brincadeiras à parte, ter uma boa intenção é um ótimo início, mas está longe de ser o suficiente para gerar as mudanças desejadas.
Assim, independente do tipo de cultura que queremos, alguns pontos são comuns para nos ajudar a sustentar nossas novas escolhas.
Compartilho alguns dos elementos que na minha experiência são fundamentais para criar a musculatura nos temas que queremos fortalecer:
1 – Rituais conectados com a cultura da empresa
Combinar que em todas as reuniões de time, os assuntos e as ideias serão analisados à luz da cultura. Assim traduz-se os acordos subjetivos em ações práticas.
Por exemplo: Se uma empresa busca uma cultura de inovação, as ideias propostas podem ser analisadas sobre esta ótica, checando qual o nível de inovação que está sendo proposto.
2 – Clareza dos papeis e sua conexão com a cultura e propósito da empresa
A maioria das empresas encara esta atividade de forma burocrática e operacional, mas se esta for uma análise sistêmica que captura a interdependência entre os papeis em um mapa de cadeia de valor buscando reforçar o propósito comum e a cultura; então torna-se relevante.
Por exemplo: Se um traço da cultura é cooperação, clarificar os pontos de interseção entre os papeis, criando uma imagem comum entre as partes envolvidas, ajuda a reforçar este traço da cultura. Boa parte das reclamações sobre baixa cooperação advém do entendimento diferente sobre quem é responsável por cada atividade.
3 – Alinhamento das práticas de recompensa com a cultura da empresa
Aqui é importante reforçar que não queremos que as pessoas se comportem de uma determinada maneira apenas por dinheiro. Não se trata disto, mas sim de assegurar a coerência entre a cultura e o sistema de recompensa.
Por exemplo: Uma empresa que busca uma cultura de foco do cliente, pode refletir sobre maneiras para incluir este critério na avaliação de desempenho, observando não apenas os comportamentos (como tipicamente é feito); mas também as suas metas como por exemplo:
- índices de fidelidade,
- pesquisa de satisfação ou
- dependendo do caso até mesmo índices que meçam o sucesso dos clientes.
4 – Pausa anual para refletir sobre a evolução da cultura
Gosto de pensar em uma empresa como um ser vivo. As pessoas evoluem com o tempo e isto também acontece com as empresas. Ou seja, a cultura não é estática, ela é uma expressão de quem somos como grupo e ao mesmo tempo de quem estamos nos tornando.
Por isto, particularmente não gosto do termo guardiões da cultura, muitas vezes atribuídos para o time do projeto de cultura. Prefiro pensá-la como um fenômeno livre guiado pelas nossas intenções que ao mesmo tempo nos ensina que até mesmo as intenções mudam com o tempo.
Assim, é recomendável anualmente criar um espaço reflexivo sobre como as pessoas sentem a cultura e repactuar ou expandir a narrativa sobre a mesma.
Estes são apenas 4 pontos que podem ajudar sua empresa a sustentar a evolução da cultura, mas é claro que existem muitos outros que podem ser importantes para sua empresa.
Crie grupos multidisciplinares para conversar a respeito, você pode se surpreender com as ideias e perspectivas interessantes a respeito!