Fabio Betti, Autor em Corall Consultoria - Página 2 de 7
Fabio Betti

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Comunicação é a chave: Hi-Tech, Hi-Touch

Comunicação é a chave: Hi-Tech, Hi-Touch Por Fabio Betti Salgado para Revista HSM Disclaimer: Postei, em vários grupos no Facebook e no Linkedin, um pedido de ajuda para a identificação de histórias de comunicação das empresas com seus colaboradores em situações-limite, como as crises que precisam gerenciar e os processos de fusão e aquisição. Silêncio. Ou a comunicação não está de fato fazendo diferença nessas situações a ponto de ter boas histórias para contar ou está impedida de contá-las. Usando meus contatos, descobri que existem, sim, histórias interessantes sobre o novo papel estratégico da área de comunicação interna – como ainda é chamada a área de comunicação com colaboradores na maior parte das organizações. No entanto, há uma subordinação da área de comunicação interna à comunicação externa, que foi quem, em última instância, esquivou-se de minhas solicitações. A alegação? Não associar o nome da empresa a problemas. (Tente o leitor imaginar o racional por trás de tal lógica, na medida em que as empresas em questão já estão com seus nomes devidamente associados aos respectivos desafios, e o olho que tudo vê do Google não as deixa esconder.) O comportamento antitransparência é um sintoma claro de que essas empresas ainda estão presas a um tipo antiquado de gestão, ligada aos princípios da modernidade, sobretudo no que se refere à liderança e ao controle. Empresas pós-modernas agiriam de modo bem diferente: aproveitariam justamente as situações-limite para reforçar uma cultura em que os colaboradores são de fato relevantes, reconhecendo-os como seu ativo mais precioso. Elas o fariam adotando um posicionamento de transparência — o contrário do que praticam as empresas que silenciaram diante do meu chamado. A comunicação interna (CI) não é mais uma mera geradora de notícias oficiais da empresa. Ela se transformou em uma articuladora de redes de conversas. Se seu objetivo antes […]

Semáforo ou rotatória, qual é a sua?

Semáforo ou rotatória, qual é a sua? Por Fabio Betti, sócio-consultor Corall. Sempre que visito meu irmão em San Diego, me surpreendo com a baixíssima quantidade de semáforos, praticamente, exclusivos às grandes avenidas. O trânsito, no entanto, flui muito bem em todos os outros cruzamentos e rotatórias. No lugar do equipamento que diz quem pode prosseguir e quem deve parar, o que se vê? Dois mandamentos não escritos em lugar algum: parar em todos os cruzamentos, mesmo que não haja qualquer veículo se aproximando, e respeitar uma regra muito utilizada pela indústria para administrar seus estoques: First In First Out (FIFO), ou seja, o primeiro a chegar é o primeiro a sair. Incrível como essas duas regrinhas básicas fazem toda a diferença. Claro que já fui motorista de primeira viagem e quase provoquei um acidente seguindo a lógica inspirada na Lei de Gerson, onde o mais esperto, o mais rápido, o mais agressivo no volante ou o dono do maior carro leva vantagem e passa na frente do outro. Também faz parte dessa lógica aquela comparação rápida entre as duas ruas: se estou na que me parecer ser a via principal, mesmo que haja uma rotatória decido que a preferência é minha e vou impor minha passagem em detrimento do outro. Fica fácil perceber qual das duas lógicas precisa de mais controle para minimizar os riscos de acidentes. E, no caso do trânsito, controlar significa instalar mais semáforos e ampliar a fiscalização por meio de radares e agentes do trânsito. Além de evidentemente mais custoso, por mais paradoxal que pareça mais controle gera justamente aquilo que se deseja evitar: erros, muito mais erros. Isso porque semáforos falham e, quando eles não funcionam, num piscar de olhos já estamos de novo usando a Lei de Gerson; e não se pode — pelo menos, ainda — fiscalizar […]

Quem quer dinheiro?

Quem quer dinheiro? Empresas ágeis, organizações em rede, gestão horizontal, holocracia, economia criativa, economia colaborativa, sistema B, capitalismo consciente. Melhor você ir se acostumando com esse vocabulário, pois, mais do que palavras, ele é uma resposta criativa à crise dos…

Você não é o seu trabalho

Amar o trabalho não é uma dádiva ou resultado da sorte. É uma escolha. Você pode não ter o melhor trabalho do mundo e mesmo assim amar o que faz. Simplesmente porque ele faz algum sentido para você. Nem que seja porque com ele você consegue pagar suas contas. Ou, quem sabe, realizar seus sonhos? Têm tantas pesquisas demonstrando que as pessoas que amam o seu trabalho também são mais produtivas, o que normalmente se traduz em mais chances de reconhecimento, oportunidades de carreira e em um índice de empregabilidade muito maior, que nem vamos perder nosso tempo aqui recitando fontes. Tempo não é só dinheiro. Tempo é o espaço sagrado onde transcorre a vida… O problema, no entanto, é que esse sentimento nem sempre se expressa como um amor maduro, verbo intransitivo. Amo e pronto. Me basta amar. Muitas vezes, ele se mostra mais como uma paixão, daquelas que fazem emagrecer e, muitas vezes, até adoecer. Paixão cega, obsessiva, do tipo que nos torna tão dependentes do objeto de nossa paixão que nos esquecemos de nós mesmos. Quando estamos apaixonados, vivemos como se o outro fosse de verdade tudo, o nosso mundo. Nossa vida é depositada nas mãos do outro. Qualquer coisa que afete o outro nos afeta igualmente ou, pior, amplificadamente. E não resta nada ao outro, a quem entregamos tudo, que cuide direitinho de nós e satisfaça todas as nossas necessidades… Se você percebe qualquer sinal de que essa dinâmica está ocorrendo em seu trabalho, pare, simplesmente pare e pense. Você não precisa adoecer por causa de ninguém, muito menos por seu trabalho. Preste atenção por favor. Você não é o seu trabalho. Você é uma pessoa. O seu trabalho não faz parte de você. Ele é algo que você faz e, em algum momento, vai deixar […]

As pessoas querem colaborar

Dois sócios de minha mais nova empreitada — uma organização em rede que combina serviços de consultoria e agência de comunicação — voltaram de uma reunião com um briefing para a criação de uma campanha. Como se tratava de uma concorrência, escolheram tocar o desafio apenas entre eles. Alegavam que não queriam envolver outras pessoas numa situação de alto risco, haja vista que várias agências — algumas, inclusive, maiores e mais experientes que a nossa — estavam no páreo. Lancei a provocação: “Por que não perguntam para as pessoas se topam participar no risco?” Colocada a pergunta, surpresa! Praticamente quase todos da rede não só aceitaram o desafio como participaram ativamente — por WhatsApp, que era a forma possível para uma noite de sexta-feira. Um dos dois que trouxe o briefing puxou a liderança para si, enquanto todos os outros desafiavam as primeiras ideias, traziam novas sugestões, apresentavam referências, criavam textos, chamadas, propunham e revisavam peças. Me chamou a atenção a quantidade e a qualidade das trocas, construtivas, respeitosas, mas também assertivas, autorais, apaixonadas. Sim, ganhamos a concorrência, o que deixou a todos muito felizes e orgulhosos. Mas o que mais nos encantou foi a forma como fizemos para chegar lá. Foi um processo intenso e divertido, mas, sobretudo, muito colaborativo. E, ao olhar o processo todo pelo retrovisor e me perguntar o que teria se passado para que ele ocorresse dessa forma, veio mais uma vez uma frase que martela há anos em minha cabeça: As pessoas querem colaborar. Só não querem ser enganadas, ou se sentirem usadas. E o que fizemos que contribuiu para o emergir dessa cultura colaborativa sem efeitos colaterais pode ser resumido em quatro grandes princípios: Conexão a um propósito comum — estamos construindo uma nova organização. O desafio colocado era mais uma forma poderosa para colocar esse propósito em prática, algo desejado por todos que fazem […]

Os primeiros passos de um hacker de linguagem

Toda vez que você se sente ameaçado(a), seu cérebro simpático assume o comando. Pode esperar secreção imediata de adrenalina e cortisol, com consequente aceleração dos batimentos cardíacos, aumento da pressão arterial e do açúcar no sangue para a obtenção de energia e reações automáticas como luta, fuga ou paralisia. Acredite: não é um defeito de fábrica. Pelo contrário, é o melhor que seu organismo é capaz de fazer numa situação que seu sistema nervoso interpreta como um perigo para sua vida. E é aí que começam os problemas. Na maior parte das vezes em que esse mecanismo é acionado, não estamos vivendo uma situação real de ameaça a nossa sobrevivência. É que nosso sistema nervoso é incapaz de distinguir, de imediato, entre um leão faminto e uma discussão ríspida. A reação é basicamente a mesma se você está perdido numa floresta repleta de animais selvagens ou numa reunião, digamos, acalorada: bombeamento de sangue para os músculos e o corpo mobilizado para defender a própria vida. Além de, num primeiro momento, basicamente perdermos a cabeça, a longo prazo, a repetição frequente desse processo pode nos levar a doenças sérias, que vão desde a depressão e problemas digestivos a diabetes, formação de pedras nos rins, hipertensão e osteoporose. Muita calma nessa hora! Até porque quanto mais preocupado(a), pior. Existem muitos instrumentos disponíveis para ajudar o organismo a voltar rapidamente à operação de cruzeiro. Os mais simples e comentados versam sobre exercícios respiratórios, meditativos e de atenção plena que qualquer pessoa pode aprender e, com disciplina, praticar até transformá-los em um recurso pessoal de modulação do sistema simpático. E, além de transformar a forma como seu corpo lida com situações de stress, acredite, você pode influenciar a cultura reinante, que costuma atuar como mais um gatilho de acionamento do sistema reptiliano. Que cultura […]

Tudo junto e misturado

Com uma vontade enorme de voltar a empreender como agência de comunicação, resolvi pesquisar o mercado para ver o que havia perdido em 10 anos mergulhado em consultoria. Não imaginava que o que eu acabaria descobrindo corresponderia exatamente à imagem do que eu vinha construindo como um observador descompromissado. As cinco maiores agências digitais do mundo estão nos Estados Unidos e apenas uma pode ser considerada um grupo de comunicação, digamos, de raiz. Os dados são do Agency Report 2016 do site Ad Age. O primeiro lugar é ocupado pela Accenture Interactive, seguida pela IBM Interactive, Deloitte Digital, Epsilon (Alliance Data Systems Corp) e, finalmente, a Wunderman (WPP). E muitas outras consultorias entraram na corrida, entre elas, a PwC, KPMG, BCG, Wipro, EY e até a McKinsey. “O que agências de consultorias como Accenture Interactive e Deloitte Digital afirmam é que as vantagens que elas possuem simplesmente não podem ser entregues pelas agências de publicidade. Estão falando de competências como experts verticais, visão global do consumidor, mão de obra para produzir toneladas de conteúdo e — por causa de suas atuais relações de consultoria — uma melhor compreensão de como o marketing digital pode se encaixar na estratégia global de negócios.” É o que diz a jornalista Tessa Wegert, especialista em tecnologia digital no artigo “Can Accenture Take Over Advertising?”, no site Contently. Em uma entrevista concedida para o HWB, Paul Papas, o líder global da IBM iX, braço da gigante de tecnologia que se posiciona na intersecção entre estratégia, criatividade e tecnologia, engrossa esse caldo ao afirmar que “o mundo das agências está focado em ideias e mensagens, mas nosso DNA inteiro é sobre experiência humana e experiência do cliente. Nossa visão é mais ampla — ajudando as empresas a se transformarem.” Na mesma matéria, intitulada “Digital Expansion Sees Management Consultancies Enter Agency Turf”, a […]

Aprecie sem moderação

Tenho me assustado com os atuais níveis de intolerância que venho observando nas interações entre pessoas. E não falo só da polarização nas redes sociais. No mundo do trabalho, não me recordo de já ter vivido um ambiente tão tenso e com tantas dinâmicas de desqualificação — e isso entre pessoas que, a priori, estão no mesmo barco e deveriam portanto, remar para a mesma direção. É um tal de um falar mal do outro, numa perseguição cega por culpados que até um consultor já calejado como eu se surpreende com a quantidade de conflitos de natureza visivelmente emocional e agendas ocultas que movem conspirações internas por poder, gerando, invariavelmente, sentimentos de exclusão de parte a parte — exclusão que, aliás, é o mais doloroso dos sentimentos, posto que nos priva exatamente do que nos torna humanos: o pertencimento. Natural que, em tempos difíceis, haja um aumento da desesperança no ar. O acúmulo de incertezas sobre o futuro estimula o crescimento do medo — medo de perder o emprego, de não conseguir voltar a trabalhar, de não ter como cuidar de si e da família. E como medo para nosso sistema nervoso é sinônimo de perigo, viver continuamente dominado por ele aciona exageradamente nosso sistema reptiliano, responsável pelas reações automáticas diante de situações percebidas como de risco à vida. A repetida liberação da adrenalina necessária a nos colocar nesse estado de defesa, ao invés de nos proteger de ameaças, desequilibra nossa química interna, estressando nosso organismo em excesso. Existem várias formas de reequilibrar os hormônios em nosso corpo, como fazer exercícios físicos, comer certos alimentos e, em casos extremos, repô-los por meio de medicação. Uma das maneiras mais simples e eficazes é a apreciação. Elogiar com sinceridade alguém estimula a liberação do “quarteto da felicidade”: endorfina, serotonina, dopamina e oxitocina. A pesquisadora Loretta Breuning, autora do […]
unriyo