Arquivos Alessandra Almeida - Página 2 de 4 - Corall Consultoria

Alessandra Almeida

Muita calma, nem tudo é o que parece ser

Nossos comportamentos e escolhas de vida são muito influenciados pela forma como vemos o mundo e atribuímos significados para o que vivemos. Nosso cérebro identifica padrões nas situações que experimentamos e depois de um determinado tempo é capaz, de forma automática, de disparar uma reação comportamental, sem passar por uma nova reflexão. Este mecanismo de memória é ótimo e sem ele a vida seria bem complicada: imagine toda vez que fosse atravessar uma rua tivesse que interpretar o significado de uma faixa de pedestres! Para combinados sociais que mudam raramente, este mecanismo nos poupa muito tempo! Porém em relacionamentos, agir de forma automática, sem nos darmos o tempo necessário para perceber o que de fato está acontecendo, pode ser uma receita para uma péssima escolha. Um exemplo típico do nosso viés automático é atribuirmos características para uma pessoa baseada muitas vezes em uma única informação, por exemplo: o que significa ser americano, alemão, músico, engenheiro etc. Um dos estudos pioneiros que acho que ilustra bem a forma como esse viés acontece foi chamado de “Halo Effect” e foi desenvolvido por 2 pesquisadores: Dion e Berscheid em 1972 com um grupo de 60 estudantes, metade mulheres e metade homens, na Universidade de Minnesota. Neste estudo, os participantes viram 3 fotos, uma de uma pessoa atraente, outra mediana e outra não atraente. Para cada foto os participantes julgavam as 3 pessoas em 27 características de perfil como: altruísmo, conservadorismo, auto-confiança, estabilidade emocional, responsabilidade, extroversão, gentileza, entre outros. Além disto, perguntava-se também sobre o nível de felicidade em vários campos da vida como casamento (probabilidade de se divorciar), com filhos (inclinação para ser um bom pai ou mãe), profissional (gostar do que faz) e a felicidade de forma geral. Por fim, perguntaram qual o nível profissional que cada um aparentava ter em uma […]

Inclua mais integralidade, curiosidade e leveza na sua vida!

Se você tivesse que descrever 3 adjetivos para representar as qualidades mais presentes nas relações de trabalho hoje em dia, quais seriam? Os meus 3 adjetivos são: racionalidade, objetividade e agilidade. Explico porque: Racionalidade, pois, vivemos uma época de grandes avanços na ciência em todas as áreas do conhecimento. Estes avanços têm ocorrido de forma exponencial curiosamente comprovando inclusive práticas milenares descobertas de forma empírica como por exemplo o poder da meditação. Yogues a milênios já descobriram os valiosos benefícios da meditação e agora a neurociência nos traz suas evidências. Excelente! Com práticas simples de mindfulness milhares de pessoas estão tendo acesso ao que antes estava restrito a um grupo de pessoas interessadas em experimentar algo e aprender com suas próprias experiências. Objetividade, pois, com tantos estímulos e com uma agenda lotada, para dar conta de tudo as pessoas tipicamente decidem “ir direto ao assunto”, sem tempo para “distrações”. Esta pode ser a descrição de sonho de muito líder, pensar em um time totalmente focado na entrega dos resultados, e muitas vezes isto de fato é fundamental, não é mesmo? Agilidade, pois, em uma era de comunicação instantânea, nosso tempo de resposta diminuiu enormemente! Com as mensagens instantâneas disponíveis nas mais diversas plataformas, quem te envia uma mensagem espera que você responda no máximo em horas e em alguns casos em minutos… assim, a agilidade passou a ser muito valorizada! Faz sentido, não é mesmo? Mas ao mesmo tempo, imagino que você deva estar sentido uma certa angustia, ou quem sabe ansiedade… pois é, estes 3 adjetivos parecem que deixam um espaço vazio, sem cor e sem gosto, insosso! Imagino que você está pensando, mas então por que este artigo se chama integralidade, curiosidade e leveza? Pois acho que estes são os adjetivos que complementam bem os que já são […]

Cuidado com as possíveis armadilhas por trás de uma cultura forte

Vivemos imersos em diversas culturas, a primeira na qual nos inserimos é a familiar, mas também podemos pensar em outras como a da nossa região, país, empresa, etc. A cultura é a expressão do que nos une, como seres sociais gostamos e precisamos nos sentir pertencendo a um ou mais grupos. O prazer que sentimos pelo acolhimento, a proteção e até a admiração dos outros membros da cultura é viciante, a ponto de as vezes não nos darmos conta do que podemos estar abrindo mão para continuar “bem na foto”! Pois é, esta é a primeira armadilha, são as regras implícitas que ditam o que pode e o que não pode. E ao mesmo tempo um outro traço bem comum entre nós humanos, é a nossa curiosidade pelo proibido e a vontade que a acompanha de transgredir… aí, começamos a ocultar parte de nós mesmos para preservar nosso senso de pertencimento no grupo. Uma pena, não é mesmo? Sem as vezes termos consciência podemos estar nos privando e também ao mundo, de acessar o que temos de melhor! Uma outra armadilha é a normalização. A cultura pode se manifestar em um jeito de pensar, de se vestir, de se comportar e o diferente é visto como uma ameaça ao sistema. Pense na cultura como um sistema vivo formado por um grupo de pessoas, assim como cada um de nós é formado por um conjunto de células. Quando algo ameaça nossa integridade física, nosso sistema imunológico não ataca o “intruso” para nos manter vivos? O mesmo acontece em uma cultura, o diferente pode ser também atacado e expulso. Mas, se continuarmos excluindo o diferente vamos estacionar no tempo, nos mantendo iguais e deixando passar oportunidades de evolução. Bem, mas não entendam que sou contra a cultura, muito pelo contrário, ela é […]

Coaching de Times: uma visão sistêmica das relações humanas

Peça para 2 pessoas de um mesmo time descreverem como foi uma determinada reunião em que ambas participaram e pode ter certeza que as descrições vão variar em algum ou em muitos pontos! Às vezes as narrativas podem ser diametralmente opostas a ponto de nos questionarmos se de fato as pessoas estavam descrevendo a mesma reunião! Uma pessoa pode contar que a reunião foi ótima, produtiva e que todos estavam engajados; já a outra pessoa pode contar que a reunião foi péssima, não houve empatia no grupo e ao final nada foi resolvido… então fica a pergunta, qual narrativa conta a verdade? Bem…não é tão simples assim… excluindo os possíveis mentirosos inveterados, o que cada um de nós descreve pode ser considerado como sendo nossa verdade interior. Tudo o que acontece passa por nossos filtros ou modelos mentais e é a partir deles que interpretamos as situações e lhes atribuímos significados. E nossos modelos mentais são formados ao longo de toda nossa vida, desde a mais tenra infância até o momento presente com base em nossas experiências particulares: família e seus valores, amigos, experiências de vida, etc. Podemos assim entender que cada um de nós pode e de fato interpreta, cada situação de forma única e particular. Então o que fazer para criar contextos em que as pessoas possam construir significados comuns ou ao menos entender o ponto de vista do outro como igualmente válido? Uma possibilidade para ajudar é o coaching de times. Coaching individual já é bem conhecido e adotado como parte do processo de desenvolvimento de muitos executivos, mas o coaching de times não é tão conhecido assim. Coaching de times, atua em 2 níveis: no individual e no coletivo, permitindo assim o entendimento dos pontos de vista de cada um e ao mesmo tempo o entendimento […]

Dicas para a Jornada de Evolução

Muitas são as empresas que investem tempo e dinheiro na busca da sua evolução nos mais diversos temas, como por exemplo: aprimoramento da qualidade dos seus produtos e serviços, expansão geográfica, ou a criação de uma cultura inovadora. O que percebo de comum em boa parte destas iniciativas é que elas começam com muita força e aos poucos se dispersam. É como se o frisson gerado por um evento de mobilização da liderança, pudesse em um passe de mágica, transformar o chumbo em ouro, mas passado o efeito “empolgação”, não é raro que tudo volte a ser como era antes… Não quero dizer com isto, que os eventos de mobilização da liderança são desnecessários, muito pelo contrário, podem ser ótimos pontos de partida com um bom convite ao movimento de evolução, mas não podemos parar no convite não é mesmo? Sustentar a evolução é fundamental! Usando uma metáfora é como dizer que após plantar uma semente — que seria um evento de mobilização, precisamos regar e adubar a planta para que ela possa crescer forte e de fato liberar todo o seu potencial. Para sustentar a evolução, explorar o tema de forma integrada com uma visão sistêmica é fundamental. Esta exploração será mais rica na medida em que diferentes grupos forem convidados a contribuir com seus pontos de vista como: líderes, funcionários, parceiros, clientes, consultores parceiros, etc. Cada grupo poderá trazer uma perspectiva diferente ajudando assim a ampliar o entendimento do alcance do tema. Identificar questões relevantes e desenvolver uma escuta profunda para as diferentes perspectivas, sem julgamento, buscando incluir perspectivas ao invés de excluir é crucial. Se analisarmos por exemplo, uma empresa que busca uma cultura de inovação, ela pode formular perguntas para ajudar nesta exploração, como por exemplo: Como a empresa lida com o erro? Lembrando que ele faz parte […]

V, a vitamina que dá férias ao cérebro.

Todos nós já experimentamos como é bom estar na natureza. Quando passamos alguns dias ou até mesmo algumas poucas horas caminhando por uma trilha no meio de uma mata, parece que recebemos uma recarga de energia e somos tomados por sentimentos de paz e otimismo. Até mesmo os cientistas ficaram muito intrigados com este efeito e resolveram pesquisar. Um grupo de cientistas da Universidade de Michigan EUA descobriu que, quando as pessoas voltavam das suas caminhadas na natureza, elas mostravam 20% de melhora em testes de memória e de sustentação de atenção. Este efeito não acontecia quando a caminhada ocorria em áreas urbanas. Eles relataram que é como se a caminhada em uma área arborizada equivalesse a dar férias ao nosso cérebro. Este efeito foi carinhosamente chamado de efeito Vitamina V (verde). Quando estamos em espaços verdes, nos conectamos ao ritmo natural da vida, onde tudo tem seu tempo para acontecer, onde as estações nos lembram que tudo é cíclico e que cada fase tem sua beleza. Até mesmo uma árvore morta pode ganhar um novo sentido servindo de moradia para musgos e pequenos insetos. Esta é a ideia de transformação que integra a tudo e a todos! Porém, parece que a vida moderna nas cidades nos desconectou deste ritmo da natureza. Principalmente nos ambientes corporativos, criou-se a ilusão de que é possível viver só de verão e primavera e que o dia tem 30 horas. Mas esta aceleração “artificial” cobra seu preço! Normalmente o preço é a doença física, emocional e também moral, de quem faz o que for preciso para continuar crescendo. Metas cada vez mais desafiadoras e competição interna para galgar as escadas da pirâmide organizacional, vão na contramão do aprendizado de bilhões de anos da natureza que nos ensina que tudo tem seu ritmo e que […]

Os esquisitos são mais felizes

Desde a mais tenra idade somos ensinados a como nos comportar em sociedade. Que determinadas coisas não devíamos sentir, ou pensar e muito menos fazer! Com a melhor das intenções nossos pais e professores tentam nos “ajudar” a nos tornarmos pessoas bem-sucedidas! Se eles cumprirem bem este papel nos tornamos perfeitas réplicas, fáceis de conviver, produtivos e até mesmo admirados pelos outros pelo nosso suposto exemplo de sucesso. Como adoramos receber elogios reforçamos que é isto mesmo e transmitimos para as futuras gerações o mesmo modelo! Passamos a usar máscaras que representam nossa leitura do que é melhor para cada situação e contexto. Em casa uma pessoa, no trabalho outra, com os amigos outra e assim por diante. Mas o efeito colateral que poucos se dão conta é que todo este esforço sufoca nossa essência, deixamos de expressar nossas qualidades únicas e valiosas no mundo! Este sufocamento cobra um preço, muitas vezes expressos em doenças físicas ou mentais. Fadiga crônica, ansiedade, gastrite, depressão, etc; a lista pode ser imensa. Este é o ponto em que muitas pessoas buscam válvulas de escape, nos remédios, nas drogas, ou até mesmo aproveitando ocasiões especiais como festas para se soltar. A própria sociedade estabelece estas datas como ocasiões em que o “correto” é se soltar como no ano novo ou carnaval. É como se o inconsciente coletivo soubesse que precisamos criar espaço para algo ser expresso. Só que tipicamente o dia seguinte é recheado de pensamentos como: “tomara que ninguém tenha visto”, ou “o que foi que eu fiz…”. Pois tudo que reprimimos, quando sai, sai meio torto, rsrsrs. Mas não precisa ser assim, não é mesmo? Afinal… A sua essência pode ser esquisita para os padrões sociais, mas ela também é linda como tudo que é autêntico! Cultivar a nossa essência com sensibilidade […]

Duas dicas simples para vitalizar seu time e sua empresa!

Hoje em dia, boa parte das empresas sofrem da síndrome da desmotivação. Várias são as pesquisas que comprovam o alto nível de desengajamento das pessoas como um efeito global. Dentre estas, gostaria de citar uma pesquisa que gostei muito conduzida pelo instituto Gallup, a qual apresenta que 78% dos trabalhadores brasileiros estão ou desengajados ou ativamente desengajados (jogando contra a empresa). Este tipo de ambiente, configura o que chamo de “empresa zumbi”! Uma boa metáfora vale por mil palavras… Penso que este “efeito zumbi” se inicia e se expande para muito além das fronteiras da empresa. Na verdade, isso começa em cada indivíduo. Boa parte das pessoas, vive suas vidas no piloto automático, repetindo dia após dia a mesma rotina, seguindo uma suposta fórmula de sucesso ditada por alguns poucos executivos expostos pela mídia. O desejo de pertencer e ser reconhecido é muito profundo no ser humano e pode nos levar a fazer escolhas que não estão conectadas à nossa essência, em prol de agradar as pessoas e os grupos aos quais pertencemos (como família ou amigos) ou queremos pertencer (como time de liderança). Autoconhecimento e auto estima são muito importantes para que possamos viver uma vida plena e com significado e assim sair do automatismo. Estas qualidades podem ser estimuladas para despertar o melhor das pessoas, colocando-as em um estado de presença e constante curiosidade! E mesmo tratando-se de temas profundos e complexos, podemos introduzir práticas muito simples, mas ao mesmo tempo poderosas! São vários os exemplos que poderia mencionar, mas vou me concentrar em apenas duas que além de simples, não requerem grandes investimentos. Muitas empresas já possuem espaços de descompressão. Estes espaços mudam de acordo com a cultura, mas quase todos tem como objetivo estimular a convivência para a integração e a diversão, com sofás para bate […]

Economia compartilhada: o que podemos aprender com este modelo de negócio?

Você deve conhecer o Airbnb, mas se ainda não teve a oportunidade, destaco que vale muito a pena! Esta empresa está revolucionando o mercado de hospedagens no mundo com um modelo de negócio que conecta via internet pessoas buscando locais para hospedagem com aquelas com casas ou apartamentos disponíveis! A história de criação desta companhia é bastante curiosa e revela como podemos ter as melhores ideias em momentos extremamente desafiadores! A ideia do Airbnb surgiu em 2008, quando dois amigos recém-formados, Brian Chesky e Joe Gebbia, se mudaram para Rhode Island e procuraram um local para se instalar em uma área de design industrial. Como boa parte dos recém-formados, rapidamente se viram sem emprego e sem dinheiro, mas com muita vontade de dar certo! Nesta ocasião, acontecia uma conferência de design industrial na cidade e os hotéis estavam lotados. Assim, eles tiveram a ideia de ganhar algum dinheiro com isso, alugando seu espaço para quem estava em busca de acomodação. Então, compraram três colchões infláveis e criaram um site para atrair seus primeiros clientes, chamado na época “Air bed and breakfast”. O conceito de economia compartilhada estava surgindo e este tipo de negócio no início era visto com desconfiança, mas hoje sabemos que é um modelo que veio para ficar! Hoje, o Airbnb tem seu valor de mercado estimado em USD 24 bilhões, está presente em mais 200 países e com um ritmo de crescimento muito superior a seus concorrentes (113% de 2014 para 2015). O exemplo do Airbnb me parece muito inspirador por vários aspectos: * Ver na dificuldade uma oportunidade * Começar pequeno (três colchões infláveis) e pensar grande (hoje valendo aproximadamente USD 24 Bilhões) * Ousar em pensar e agir diferente * Conectar pessoas com um negócio ganha-ganha, provendo variedade, flexibilidade e liberdade Este último aspecto quero […]

Na hora de avaliar pessoas, fuja das armadilhas do preconceito

  Quase todas as pessoas costumam achar que são boas em avaliar o caráter e as qualidades dos outros, a ponto de, às vezes, em apenas alguns minutos (ou só de olhar) já terem uma opinião formada sobre elas. Uma amiga que trabalhava com seleção no início de sua carreira, me contou que rejeitou um candidato a uma vaga de gerente logo nos primeiros minutos, pois ele foi para a entrevista vestindo uma roupa bem informal, considerada inapropriada para aquele ambiente. Alguns anos depois, encontrou este mesmo homem, em outra empresa, em uma posição executiva, na qual era considerado um possível sucessor do presidente pela excelência de seu trabalho! Comentou que ao reencontrá-lo pensou como havia sido preconceituosa alguns anos atrás. O fato é que, de forma geral, as referências e experiências que temos ao longo da vida, também têm um lado sombra, elas criam nas nossas mentes modelos ou estereótipos do que significa ser um sucesso, ser um fracasso, ser criativo, ser um líder e assim por diante. E se não nos tornarmos conscientes deste mecanismo automático, vamos permanecer presos nos nossos próprios modelos mentais. Até mesmo personalidades bem conhecidas, alguns até considerado gênios, foram em algum momento de suas vidas avaliados de forma bem equivocada. Veja alguns destes exemplos: • Albert Einstein começou a falar apenas com 3 anos e seus professores até a faculdade achavam que ele não conseguiria realizar nada significativo na vida! • Isaac Newton também obteve notas ruins na escola e achavam que teria um futuro mediano. • O ator Harrison Ford foi demitido de 2 estúdios antes de começar a trabalhar com George Lucas. • Walt Disney foi demitido de um jornal com o argumento que lhe faltava imaginação. • Michael Jordan foi rejeitado no time de basquete da escola. • Winston Churchill […]
unriyo