Arquivos Inovação - Página 3 de 6 - Corall Consultoria

Inovação

Um Sorriso no Caminho

Sobre hábitos, dentes e inovação. Por Priscila Ghnó Mattucci, designer na Corall. Hoje foi um daqueles dias bons. Quando tudo (ou quase tudo) parece contribuir para um sentimento de “estou no caminho certo”. Na aula de hoje na pós graduação que comecei há pouco, tivemos uma aula excelente sobre processos e ambientes que conduzem à inovação e ali, tive uma epifania. Faz algum tempo, eu não estava lá muito contente com a vida corporativa que levava. Trampo de escritório por 14 anos e aquela coisa clichê: das 8h às 18h convivendo com a dor excruciante de ver no fim do dia o sol indo embora num céu que eu mal vi na hora do almoço. Conhece essa história? Aí eu tive um ímpeto, juntei uns trocados, larguei tudo e fui morar no Butão. Hoje sou uma nômade digital mega bem sucedida e vendo módulos de melhoria de produtividade viajando pelo mundo. Rá, mentira, claro. Na realidade eu ainda estou (ainda por que esse incômodo começou por volta de 2007 se agravando muito em 2012 e tornando-se insuportável em 2015) me mordendo aqui no presente pra pegar a linha do futuro que me levará a ver esse cenário lá bem no passado. Embora já tenha operado grandes mudanças (uma delas foi ter vindo trabalhar com a Corall), só agora eu começo a entender que, às vezes, uma mudança desse nível requer algo que eu, e certamente grande parte da população ansiosa, não tem paciência de aguardar: tempo. Tempo e perseverança. Tempo e perseverança e disciplina. Tempo e perseverança e disciplina e persistência. E pra arrematar tudo isso, um novo mindset (porque tá na moda essa palavra). “Mudar o modo de pensar dói. Chego a dizer que dói fisicamente. O cérebro rejeita, abomina, afinal: pra que você vai querer fazer um novo caminho neural?” […]

Honrar a Natureza como Mestre

Por duas semanas tive a oportunidade de resgatar sabedorias milenares e vivenciar momentos maravilhosos nas montanhas sagradas do Arizona. Muito antes de existirem as religiões e suas tradições, templos e igrejas os seres humanos já cultuavam o divino na mãe terra e nos elementos da natureza como o sol, lua, estrelas, montanhas, rios, animais e plantas. Por duas semanas tive a oportunidade de resgatar esta sabedoria milenar e vivenciar momentos maravilhosos nas montanhas sagradas do Arizona nos Estados Unidos. Após dois dias de preparação e treinamento em práticas espirituais na natureza saí em caminhada para o vale, coberto por uma leve floresta e por onde passa um riacho de água gelada, habitado por inúmeros pássaros, perus selvagens, veados, ursos, jaguares e muitos outros animais. Chegando lá construí o meu círculo sagrado de 108 passos de diâmetro com um lindo pinheiro como centro e montei uma barraca que seria a minha moradia. Ao longo da semana, vivenciei um encontro mágico de integração com a natureza, permanecendo sempre dentro do meu círculo, fazendo práticas de relaxamento, presença, meditação e cultivo de energia como Tai Chi e Chi Cong. A partir do nascer do sol seguia o fluxo do dia e construí uma rotina com as práticas e o prazer de contemplar e interagir com os diversos seres vivos presentes no círculo. Com o objetivo de tornar a minha percepção cada vez mais sutil e me purificar fiquei em jejum completo de comida e descobri que vivemos muito bem sem o ritual das nossas refeições diárias. Este processo de purificação é acompanhado somente por um suco de limão, “maple syrup” e pimenta cayenne para evitar enjoos e dores de cabeça. Fiquei impressionado em como me senti cheio de energia vital e clareza mental ao longo de tantos dias de jejum. No início me senti […]

Brincando com a inteligência artificial

Ao escrever este artigo, investiguei se a inteligência artificial já tinha chegado nesta seara. Descobri dois serviços. Veja o resultado. Semana passada estava com preguiça de escrever este artigo e resolvi então investigar se a inteligência artificial já chegou nesta seara, a de escrever artigos para blogs. Depois de ler algumas matérias descobri dois serviços que já funcionam hoje em dia. Um dos serviços é bem estabelecido, tendo gerado, somente em 2016, mais de 1,5 bilhões de artigos baseados em dados. A empresa chama-se Automated Insights e o programa, Wordsmith. Mas esse produto era muito caro e optei por comprar um artigo de uma start-up israelense chamada Articoolo para testar a oferta. Eles pedem para você um tema, descrito com duas a cinco palavras, um tamanho do texto desejado (de 250 a 500 palavras), o grau de originalidade do texto e depois de alguns poucos (às vezes muitos) minutos geram o artigo. Acompanhando o processo “criativo”, inicialmente a máquina captura e agrupa informações sobre o tema que você pediu, depois faz a busca sobre o sentimento e opiniões sobre o assunto, monta o artigo e avalia se o que gerou é bom o suficiente para ser entregue. Em muitos dos temas que pedi o site avaliou que não foi capaz de produzir algo de qualidade e pedia para eu mudar ou refinar a questão. O software gera a peça em inglês, mas para ter uma ideia da qualidade do texto gerado segue minha tradução livre (com a ajuda do Google Translator) para o tema “Inteligência Artificial”: O campo do intelecto artificial pode não ser capaz de desenvolver um aspirador robótico que nunca derrube um vaso, pelo menos não dentro de poucos anos, mas máquinas inteligentes podem progressivamente substituir os trabalhadores do conhecimento no futuro, vários especialistas em Inteligência Artificial (IA) […]

Dicas para a Jornada de Evolução

Muitas são as empresas que investem tempo e dinheiro na busca da sua evolução nos mais diversos temas, como por exemplo: aprimoramento da qualidade dos seus produtos e serviços, expansão geográfica, ou a criação de uma cultura inovadora. O que percebo de comum em boa parte destas iniciativas é que elas começam com muita força e aos poucos se dispersam. É como se o frisson gerado por um evento de mobilização da liderança, pudesse em um passe de mágica, transformar o chumbo em ouro, mas passado o efeito “empolgação”, não é raro que tudo volte a ser como era antes… Não quero dizer com isto, que os eventos de mobilização da liderança são desnecessários, muito pelo contrário, podem ser ótimos pontos de partida com um bom convite ao movimento de evolução, mas não podemos parar no convite não é mesmo? Sustentar a evolução é fundamental! Usando uma metáfora é como dizer que após plantar uma semente — que seria um evento de mobilização, precisamos regar e adubar a planta para que ela possa crescer forte e de fato liberar todo o seu potencial. Para sustentar a evolução, explorar o tema de forma integrada com uma visão sistêmica é fundamental. Esta exploração será mais rica na medida em que diferentes grupos forem convidados a contribuir com seus pontos de vista como: líderes, funcionários, parceiros, clientes, consultores parceiros, etc. Cada grupo poderá trazer uma perspectiva diferente ajudando assim a ampliar o entendimento do alcance do tema. Identificar questões relevantes e desenvolver uma escuta profunda para as diferentes perspectivas, sem julgamento, buscando incluir perspectivas ao invés de excluir é crucial. Se analisarmos por exemplo, uma empresa que busca uma cultura de inovação, ela pode formular perguntas para ajudar nesta exploração, como por exemplo: Como a empresa lida com o erro? Lembrando que ele faz parte […]

Meditação e Liberação da Potência

Tenho escrito sobre como o tema da meditação tem aparecido com cada vez mais frequência no mundo corporativo, tanto através de líderes de grandes organizações globais quanto empreendedores que estão criando novos paradigmas de negócios e organização. Os benefícios revelados por estudos científicos realizados nas melhores universidades são muitos: melhoria do sistema imunológico, mais resiliência em situações de alto estresse, melhor discernimento e clareza mental para entendimento de questões complexas, mais empatia e compaixão, o que nas organizações aumenta e melhoram os laços sociais, ajudando na criação e manutenção de um ambiente de confiança. Qualquer acionista ou executivo rapidamente irá conseguir vislumbrar o potencial da meditação em seus negócios, tanto para liberar a potência das pessoas na criação de novos produtos, processos, modelos de negócios ou ainda na forma de organizar o trabalho, assim como na qualidade da marca e cultura empresarial e consequente impacto no comportamento e reputação com colaboradores, clientes, fornecedores e outras partes interessadas. Porém, a fim de que todos esses benefícios sejam realizados e que todo o potencial de criação de valor seja realmente auferido, é importante distinguir os vários tipos de meditação e como podem ser incentivados, suportados e aplicados no mundo organizacional. Dentre as várias abordagens e escolas da meditação gostaria de destacar dois tipos, mindfulness (ou atenção plena) que tem sido o mais noticiado pelo mundo afora, e a meditação tântrica, que considero que tem maior potencial para a vida e para os negócios. Em tempo, embora o termo tantra tenha assumido uma conotação mais sexual no ocidente, a prática milenar indiana e butanesa é pautada na busca pela auto realização e liberação total do potencial humano. Mindfulness é uma forma de meditação que trabalha a capacidade de atenção para melhor lidar com os diversos estímulos e informações que conscientemente e inconscientemente recebemos […]

O manual do deboísta corporativo

Para enfrentar a onda de desesperança que nos abateu e continua nos abatendo, a salvação pode estar no deboísmo. No meio de uma conversa de Facebook, uma amiga referiu-se a mim como deboísta. Procurando disfarçar a ignorância, apenas curti o comentário e fui correndo me consultar com o Dr. Google. Para meu alívio, logo descobri não ser nenhuma doença grave. Pelo contrário, para enfrentar a onda de desesperança que nos abateu e continua nos abatendo com uma frequência e uma intensidade quase que insuportáveis, a salvação pode estar no deboísmo. O movimento não é novo. Consta que surgiu em agosto de 2014, quando uma tanatopraxista (praticamente um trava-lingua!) de nome Jéssica Loli, cansada de ver as colegas feministas se estapearem nas redes, criou, na brincadeira, uma corrente de feminismo que ela apelidou de deboísta. A ideia era fazer todo mundo parar de brigar entre si e conversar. Na página “Feminismo Deboísta”, Jéssica começou a postar fotos do bicho-preguiça que logo virou o mascote do movimento, com frases do tipo: “O nordeste é de boa, a xenofobia não é” e “pode beijar homem, pode beijar mulher. O importante é ser de boas”. Embora a página de Jessica tenha estacionado nas 40 mil curtidas, os memes com o bicho-preguiça e a cultura “de boas” logo espalharam-se pela internet, a ponto de servir de inspiração para uma campanha do Ministério do Trabalho intitulada “filosofia de vida”. Porém, mesmo que bem intencionada, associar bicho-preguiça a trabalho não foi, digamos, a melhor ideia do mundo, e os internautas detonaram a iniciativa em mais memes criativos e debochados. Por outro lado, quando vemos a quantidade de gente doente nas organizações, que já não aguenta mais esse clima de treta permanente, com áreas ainda trabalhando em silos (tão anos 80!), colegas em clima de guerra, a ameaça […]

Em que capitalismo você quer viver?

capitalismo trimestral é uma roda vida e pressão todos os dias. Em contrapartida, surgiu há alguns anos o conceito de capitalismo consciente. Na semana passada, tive o prazer de entrevistar o Kip Tindell, fundador de uma rede de varejo americana chamada Container Store, “a loja original do armazenamento e organização”. A conversa foi fascinante e logo será publicada na sessão Entrevistas com CEOs do blog da Corall. E um dos assuntos sobre o qual falamos foi uma polaridade: o capitalismo consciente versus o capitalismo trimestral. O capitalismo trimestral é onde a maioria de nós passa grande parte do nosso tempo. Nele, as empresas precisam apresentar resultados trimestrais cada vez melhores, se superar a cada ciclo. É uma roda vida e pressão todos os dias. Mal fechou na venda do mês, já tem alguém perguntando do mês seguinte. O executivo muitas vezes trabalha para os investidores do mercado financeiro, sejam eles grandes acionistas, analistas de mercado ou um private equity. Isto gera toda uma atitude na organização: imediatismo e foco nos resultados de curto prazo. E quais são as implicações? Pressão exacerbada pelos números, cortes de custo, cortes de pessoal, desconexão com uma visão maior e muitas vezes com o próprio mercado, o que resulta em desengajamento dos colaboradores e menos inovação, o que só piora a situação. O mercado financeiro até pode ficar feliz, mas ninguém mais. Em contrapartida, surgiu há alguns anos o conceito de capitalismo consciente. Nele, as empresas veem o lucro como necessário para sua perenidade, mas não como o motivo pelo qual existem. Elas têm um propósito maior, algo que entregam à sociedade e buscam resultados para todos os seus stakeholders: acionistas, clientes, colaboradores, meio ambiente, sociedade, governo, etc. O seu foco é ter um impacto positivo no mundo, e interessantemente, elas são assim mais queridas […]

Muito prazer, Aprendiz Vitalício Jr.

Bati os olhos em uma página do Linkedin que mostrava as pessoas que haviam compartilhado um dos meus artigos postados no Pulse. Um nome, ou melhor, um cargo capturou repentinamente minha atenção: Aprendiz Vitalício Jr. Isso mesmo: Aprendiz Vitalício Jr. Acessei imediatamente o perfil do dono do cargo e descobri que Roberto Sato havia tido uma carreira muito bem sucedida como executivo da Nestlé e um apreciador da numismática, a ciência que tem por objetivo o estudo sob o ponto de vista histórico, artístico e econômico, especialmente de moedas e cédulas. No instante seguinte, resolvi postar em minha página do Facebook: “O cargo mais criativo de todos os tempos do Linkedin: Aprendiz Vitalício Jr.” Não satisfeito, resolvi enviar-lhe uma mensagem parabenizando-o pela escolha. Poucos minutos depois, recebo a resposta na forma de um convite: “Vamos tomar um café?” Ele chegou à Corall na hora combinada. Eu o deixei esperando alguns minutos enquanto finalizava uma reunião. Servi-lhe o café direto da garrafa térmica. Dei um primeiro gole e descobri que já havia esfriado. Essa foi a única surpresa desagradável desse nosso primeiro encontro. Tanto é que nem sei por onde começar… Sato tem 59 anos, relata que ao completar 51, resolveu pesquisar o que seria necessário fazer para chegar com qualidade de vida aos 81, seu número da sorte. Desde então, anda diariamente, no mínimo, 10 mil passos. Tem como objetivo concluir 100 milhões de passos, o que corresponde a duas voltas ao mundo. E para iniciar a nova etapa de vida de forma criativa, diferente e desafiadora, fez sozinho os mais de 800 km do Caminho Francês de Santiago de Compostela, jornada que iniciou no dia seguinte ao de sua aposentadoria. E por que sozinho? Para se desafiar, ter mais de 35 dias para peregrinar e ainda poder escolher o […]

Como seria bom sentir prazer no trabalho que faço

Acredito que o mundo nunca nos apresentou tantas possibilidades de escolha e realização para uma atividade profissional, um trabalho ou um empreendimento. Ao mesmo tempo, parece que nunca estivemos tão infelizes, entediados ou neutros em relação ao que fazemos. Assistimos no Brasil uma explosiva expansão de programas, cursos e palestras que prometem nos ensinar os passos necessários para sermos donos do nosso próprio nariz, empreender, assumir as rédeas da carreira, os rumos da vida e das escolhas que o mundo nos apresenta, precisamos estar preparados para agarrar as oportunidades… auditórios lotados, milhares de livros vendidos, estudiosos, palestrantes e gurus de todas as vertentes. O interesse do brasileiro e a necessidade de buscar esse conhecimento é explícito e claro! Acredito que esse interesse surge do encontro de alguns cenários: A exponencial evolução tecnológica e sua também exponencial acessibilidade parecem viabilizar uma série de opções de novos negócios, novas profissões ou novas maneiras de se fazer as coisas; A crise ou o medo da crise nos coloca em estado de atenção e cria a tensão necessária para criar ou pensar em novas possibilidades, por opção ou por necessidade; Vivemos um período onde estamos refletindo e pensando sobre propósito, sobre o “para que” vivemos ou fazemos as coisas, e isso não é um tema emergente apenas para a Geração Y ou Z. Parece que todas as gerações, com mais ou menos coragem, com mais ou menos disposição ao risco (dependendo das condições sócio-econômicas de cada um) estão repensando e tomando uma série de decisões; Uma revolução de significados e valores em relação ao trabalho está em curso. A imagem do que é sucesso e realização profissional, o papel do trabalho e da profissão na vida de uma pessoa… as bases, os alicerces todos estão em transformação. Em uma pesquisa realizada esse ano pela […]

Chega de caçar cabeças!

É natural que ainda usemos várias palavras e expressões criadas durante a revolução industrial. Foram séculos construindo toda uma linguagem que apoiasse a transformação da sociedade baseada no trabalho do artesão e na economia baseada na pequena escala para uma sociedade organizada em torno das máquinas, dos processos e da produção e distribuição exponencial de bens de consumo. E, como tudo o que é vivo, evoluímos. Pode até parecer, no recorte do momento, que estamos voltando algumas casinhas como espécie, mas, quando fazemos uma análise menos pontual, observamos tremendas mudanças na forma como pensamos e agimos, especialmente desde a década de 90, quando a Internet começou a tomar conta do mundo como a principal plataforma de comunicação, gestão do conhecimento e, principalmente, transações comerciais de toda a natureza. Nessa nova sociedade já apelidada de sociedade do conhecimento, contratar mão de obra surge como algo um tanto quanto deslocado. O que toda empresa precisa e deseja é atrair almas, corações e mentes, o que faz de alguém que se autodenomina “headhunter” ou recrutador uma espécie de personagem de filme de ficção científica, só que do passado. Se não quiser abrir mão do inglês, use “talent attractor”, mas, por favor, pare de caçar cabeças! Convite a uma nova linguagem e a um novo operar Em grandes movimentos de transição, por mais acelerados que sejam, durante um bom tempo se convive com o velho e o novo, ambos causando certa estranheza, posto que o velho já não mais faz sentido e o novo ainda está por fazer. Esse espaço de intersecção é, ao mesmo tempo, espaço de angústia e de esperança. Você percebe que o que aprendeu e praticou durante tantos anos já não funciona mais, sente que novas possibilidades estão a caminho, mas tudo ainda é meio incerto. Ou quase tudo. Já […]
unriyo