Hoje em dia, boa parte das empresas sofrem da síndrome da desmotivação. Várias são as pesquisas que comprovam o alto nível de desengajamento das pessoas como um efeito global. Dentre estas, gostaria de citar uma pesquisa que gostei muito conduzida pelo instituto Gallup, a qual apresenta que 78% dos trabalhadores brasileiros estão ou desengajados ou ativamente desengajados (jogando contra a empresa). Este tipo de ambiente, configura o que chamo de “empresa zumbi”! Uma boa metáfora vale por mil palavras… Penso que este “efeito zumbi” se inicia e se expande para muito além das fronteiras da empresa. Na verdade, isso começa em cada indivíduo. Boa parte das pessoas, vive suas vidas no piloto automático, repetindo dia após dia a mesma rotina, seguindo uma suposta fórmula de sucesso ditada por alguns poucos executivos expostos pela mídia. O desejo de pertencer e ser reconhecido é muito profundo no ser humano e pode nos levar a fazer escolhas que não estão conectadas à nossa essência, em prol de agradar as pessoas e os grupos aos quais pertencemos (como família ou amigos) ou queremos pertencer (como time de liderança). Autoconhecimento e auto estima são muito importantes para que possamos viver uma vida plena e com significado e assim sair do automatismo. Estas qualidades podem ser estimuladas para despertar o melhor das pessoas, colocando-as em um estado de presença e constante curiosidade! E mesmo tratando-se de temas profundos e complexos, podemos introduzir práticas muito simples, mas ao mesmo tempo poderosas! São vários os exemplos que poderia mencionar, mas vou me concentrar em apenas duas que além de simples, não requerem grandes investimentos. Muitas empresas já possuem espaços de descompressão. Estes espaços mudam de acordo com a cultura, mas quase todos tem como objetivo estimular a convivência para a integração e a diversão, com sofás para bate […]
Saudades da época em que as áreas de Comunicação Organizacional tinham que se preocupar em o que fazer para que a informação chegasse a todos os públicos de interesse da empresa. Esse desafio se torna minúsculo frente ao aumento de complexidade dos dias de hoje, com a impossibilidade total de controlar o que se publica sobre a organização. Saudades também das intermináveis discussões sobre onde a área de Comunicação ficaria melhor alocada. No RH, no Marketing ou uma área própria ligada diretamente ao presidente? Agora a discussão é sobre reinvenção, uma vez que o dinheiro minguou, as estruturas se tornaram mínimas, mas a pressão por um papel estratégico segue firme. Sem dinheiro e sem gente, não tem jeito, só reinventando mesmo. Pessoas possuem multitalentos e não se encaixam mais numa única caixinha. Você pode encarar uma crise como um decreto de morte — e algumas de fato o são. Ou como uma informação clara, pulsante, gritante do contexto indicando que o caminho até então percorrido já não está mais funcionando. E não é só com a Comunicação. Na pesquisa Carreira dos Sonhos 2016, realizada pela Companhia de Talentos com aproximadamente 70 mil -pessoas, entre jovens — média gerência e alta liderança — descobriu-se que o principal ponto comum entre os 3 públicos é que, se o dinheiro não fosse uma preocupação, mais de 70% fariam alguma coisa diferente na vida, ou seja, não continuariam trabalhando onde atualmente trabalham. Quem disse que não dá para ser contador e cozinheiro? Ou executivo numa empresa e empreendedor em outro negócio totalmente diferente? Todos nós possuímos multas habilidades diferentes e, com o fim do emprego para sempre, não precisamos mais — nem queremos — esperar pela aposentadoria para colocá-las em prática. E se há uma habilidade transversal em qualquer sistema vivo, certamente é a comunicação. Mesmo que “Silvios Santos” sejam raros, todo o mundo […]
Esta semana, 200 líderes empresariais se reuniram em Austin, no Texas, no décimo “CEO Summit” do movimento Capitalismo Consciente, para refletir e dialogar sobre a busca da autoconfiança e da humildade como características fundamentais de um líder. Tivemos o privilégio de dar uma palestra sobre Inovação Consciente nesse encontro. Sabemos que no contexto cada vez mais complexo e volátil em que vivemos, a inovação se tornou o principal caminho para as empresas crescerem e terem sucesso nos seus mercados. E as empresas mais inovadoras recebem um “prêmio” do mercado: suas marcas são mais reconhecidas, elas atraem os melhores talentos e parceiros de negócio e mais dinheiro dos investidores. A inovação é uma expressão natural da consciência humana. Todos nascemos criativos, mas vamos ofuscando essa capacidade enquanto crescemos e nos moldamos ao sistema educacional e depois profissional. Muitas vezes, deixamos de ser autênticos e de expressar nossas melhores ideias. A pergunta é como resgatar essa criatividade original que todos temos e criar produtos e serviços que gerem valor no mercado. Então como podemos criar uma organização inovadora? Como criar um ambiente no qual as pessoas estejam motivadas a dar o seu melhor e coletivamente criar o novo? A inovação consciente emerge da combinação de uma frequência cocriativa e de um método gerador de insights (vide gráfico abaixo). A forma que pensamos, nos relacionamos, aprendemos e nos organizamos em uma companhia cria, ou nos afasta, de uma frequência criativa. Quando as pessoas sentem que a empresa tem um propósito ousado, que suas ideias são bem-vindas, que há um ambiente de colaboração e confiança e que se pode experimentar (e até errar), elas se arriscam a contribuir e a construir o diferente juntas. É como se houvesse uma energia especial no ar, uma frequência que favorece a inovação. Ao mesmo tempo, usar um […]
O que é VUCA* é um acrônimo que significa Volatility (volatilidade), Uncertainty (Incerteza), Complexity (complexidade) e Ambiguity (Ambiguidade). O termo vem dos militares que, já na década de 90, percebiam que o que estava acontecendo no mundo era muito menos previsível e, portanto, controlável do que no passado. A regra não é, porém, de uso exclusivo militar. Muito pelo contrário, doa a quem doer, o mundo VUCA é para todos. O que fazer E lutar contra ele não parece ser a melhor estratégia. Aliás, não existe nada menos eficaz para lidar com o mundo VUCA do que os planos estratégicos que muitas empresas ainda insistem em fazer. Não, não estou louco. Quem está é quem acredita que dá para planejar os resultados que uma empresa pode atingir em 5 anos. Já é loucura suficiente fazer o planejamento de um ano. Tanto é que muitas empresas estabelecem suas metas no início do ano e as vão ajustando ao longo praticamente mês a mês. Ou levam mais da metade do ano tentando entender o cenário e, quando finalmente se decidem, o ano já passou. Por isso as empresas estão se reinventando. E a cultura de suas organizações são um dos principais desafios para inovar,como relata meu sócio Vicente Gomes neste artigo: “A maneira como as coisas são feitas hoje e as premissas tácitas a partir das quais os processos são executados, como por exemplo, a necessidade de compliance e controle que uma grande empresa tem. Uma delas teve que buscar fora do Brasil novos processos para contratar uma startup que era três vezes mais eficiente que seu fornecedor global: o novo parceiro não tinha 3 anos de balanço e fôlego de esperar 120 dias para receber suas faturas que o processo de compras de então necessitavam. Felizmente a matriz já havia desenvolvido novos parâmetros para […]
Você deve conhecer o Airbnb, mas se ainda não teve a oportunidade, destaco que vale muito a pena! Esta empresa está revolucionando o mercado de hospedagens no mundo com um modelo de negócio que conecta via internet pessoas buscando locais para hospedagem com aquelas com casas ou apartamentos disponíveis! A história de criação desta companhia é bastante curiosa e revela como podemos ter as melhores ideias em momentos extremamente desafiadores! A ideia do Airbnb surgiu em 2008, quando dois amigos recém-formados, Brian Chesky e Joe Gebbia, se mudaram para Rhode Island e procuraram um local para se instalar em uma área de design industrial. Como boa parte dos recém-formados, rapidamente se viram sem emprego e sem dinheiro, mas com muita vontade de dar certo! Nesta ocasião, acontecia uma conferência de design industrial na cidade e os hotéis estavam lotados. Assim, eles tiveram a ideia de ganhar algum dinheiro com isso, alugando seu espaço para quem estava em busca de acomodação. Então, compraram três colchões infláveis e criaram um site para atrair seus primeiros clientes, chamado na época “Air bed and breakfast”. O conceito de economia compartilhada estava surgindo e este tipo de negócio no início era visto com desconfiança, mas hoje sabemos que é um modelo que veio para ficar! Hoje, o Airbnb tem seu valor de mercado estimado em USD 24 bilhões, está presente em mais 200 países e com um ritmo de crescimento muito superior a seus concorrentes (113% de 2014 para 2015). O exemplo do Airbnb me parece muito inspirador por vários aspectos: * Ver na dificuldade uma oportunidade * Começar pequeno (três colchões infláveis) e pensar grande (hoje valendo aproximadamente USD 24 Bilhões) * Ousar em pensar e agir diferente * Conectar pessoas com um negócio ganha-ganha, provendo variedade, flexibilidade e liberdade Este último aspecto quero […]
A GE é uma empresa centenária de sucesso que ao longo de sua história inventou coisas fundamentais para humanidade, assim como Thomas Edson fez com a lâmpada. Ana Lúcia Caltabiano, VP de RH da GE para América Latina, disse que: “Buscar novas possibilidades e explorar o desconhecido está no DNA da GE e na área temos trabalhado em várias frentes, quebrando alguns paradigmas para humanizar mais a empresa. Portanto, experimentar a metodologia das Constelações foi mais uma ousadia que valeu a pena”. Fazer diferente também está no DNA da Corall e ousamos em um projeto com a equipe de RH da GE aplicando metodologias inovadoras, como a Constelação Organizacional, em mais uma experiência transformadora.” A Constelação Sistêmica é uma dinâmica que foi desenvolvida pelo alemão Bert Hellinger e tem como objetivo buscar soluções para todo tipo de questão: familiar, pessoal, profissional e, inclusive, organizacional. Hellinger constatou que em todo sistema existe uma dinâmica oculta que influencia seus membros e sua relação com esse sistema. A Constelação traz luz à essa dinâmica, até então oculta, nos permitindo perceber o que não está visível, revelando insights e favorecendo a solução da questão. No âmbito das organizações, a Constelação pode ser usada para buscar respostas sobre diversas questões e ajudar na tomada de decisões empresariais como, por exemplo, avaliar o impacto de novas estratégias e estruturas, revelar como lançamentos de produtos serão recebidos pelo mercado, identificar dinâmicas de relacionamento entre áreas dentro e fora das empresas, entre outras. Desta forma, o cliente acrescenta perspectivas que vão além da análise cognitiva e incluem outras percepções que contribuem na tomada de decisões e na busca de soluções. A partir de uma questão que é apresentada pelo cliente, escolhemos representantes para alguns elementos que fazem parte do sistema e os colocamos em relação aos outros. A […]
As atividades profissionais que você desempenha hoje existirão daqui a 10 anos ou 15 anos? Serão realizadas da mesma forma que são feitas hoje? Para grande parte dos profissionais, a resposta dessa pergunta é “Não”! E não me refiro aqui simplesmente a profissionais de atividades industriais que serão substituídos pela automação, por meio de robôs. Muitas profissões especializadas, que requerem muito estudo, passarão por mudanças profundas nas próximas décadas. Muitas delas praticamente desaparecerão ou ficarão restritas a um número muito menor de pessoas. O iPhone, primeiro smartphone do mercado, não existia ainda há 10 anos. Foi lançado em 2007. Tudo o que fazemos hoje através de aplicativos em nossos smartphones, como compras online, traduções imediatas, e mobilidade urbana, para citar alguns poucos serviços, simplesmente não estava disponível há menos de uma década. Quantas posições no mercado foram criadas e outras deixaram de existir por causa dos novos fluxos sociais e econômicos a partir desta inovação? E esta notícia é ruim? Para o conjunto da população, a notícia é muito boa pois passarão a ser oferecidos melhores serviços e produtos a preços mais competitivos. Obviamente, para quem hoje desempenha estas atividades que serão transformadas ou simplesmente deixarão de existir, a vida não ficará fácil, pelo menos por um período de adaptação. Estas pessoas serão convidadas pela Vida a se reinventar, a abandonar o que faziam, do jeito que faziam e a procurar novos caminhos. E, como sabemos, este processo para quem o vive não é fácil. Há poucas semanas, vivi uma situação que me deixou bem reflexivo e com uma grande dose de empatia. Recebi de um taxista amigo, que foi um grande parceiro no período em que minhas crianças eram menores, uma mensagem via WhatsApp que anunciava corridas com 20% de desconto. Certamente, depois da chegada do Uber, a vida […]
Muitas coisas me chamam a atenção na Califórnia, estado onde meu irmão vive há mais de 15 anos e que visito regularmente. Mas foi só quando já estava de novo em solo brasileiro que acabei descobrindo que, se fosse um país, a Califórnia seria a sexta maior economia do mundo, com um PIB de US$ 2,5 trilhões em 2015, bem superior ao Brasil, que fechou o mesmo ano com pouco menos de U$ 1,8 trilhões. Sede de quatro das dez maiores empresas do mundo, a Califórnia é o mais diverso estado norte-americano, possuindo mais hispânicos do que anglo-saxões, além de um considerável contingente de africanos e asiáticos. Nenhum grupo, no entanto, alcança a maioria absoluta, o que se traduz em uma enorme diversidade étnica e cultural, condição sine qua non para a inovação. E sabe o que mais tem na Califórnia? Artistas. E não falo apenas dos astros de Hollywood ou de Harry Perry, lendário guitarrista patinador de Venice Beach. São artistas no conceito mais amplo do termo. Arte vem do latim ars, que pode ser traduzido por técnica, capacidade de fazer alguma coisa. E a prática histórica da arte mostrou que a coisa mais importante que um artista é capaz de produzir é o encantamento, palavra que, a despeito de ter se originado para denominar o ato de lançar um feitiço contra alguém, acabou se popularizando com o sentido de maravilhar, seduzir. Artistas nos deixam maravilhados por sua capacidade de nos tocar de uma maneira que vai muito além do cognitivo. Quem nunca foi arrebatado por uma música sem fazer a menor ideia do que a letra significava? Ou se viu hipnotizado por uma pintura abstrata? Em um popular vídeo da Apple (não por acaso uma empresa nascida na Califórnia), Einstein, Martin Luther King, Bob Dylan, John Lennon, Muhammad […]
Outro dia, estava dirigindo com a família num horário de trânsito e o Waze, aplicativo que motoristas de cidades repletas de carros como as nossas capitais conhecem, ofereceu um caminho que geralmente estaria super congestionado. Minha esposa duvidou ao que…
O RH vai acabar? Será? Essa é uma expressão que tenho ouvido muito frequentemente nos últimos tempos. Esse é um assunto recorrente. A capa da edição de julho-agosto da revista Harvard Business Review traz essa mesma indagação. Há um ano…