Conversa com Nathan Janovich| Diálogos com CEOs Marcio Svartman conversa com Nathan Janovich sobre a Rentbrella, empresa de compartilhamento de guarda-chuvas. Ele conta como surgiu a ideia e como é ser presidente desta Startup. ” A Rentbrella não nasceu para…
Transgredir para crescer Por Marcio Svartman Na semana passada fomos convidados para conduzir o fechamento de um intenso programa de líderes organizado em um de nossos clientes para intensificar o desenvolvimento de seus jovens potenciais. Junto com um de meus sócios, os convidamos a um dia de celebração e reflexão, e os desafiamos com a seguinte pergunta: Qual é a transgressão que você oferece? Em nome de um futuro no qual acredite, que transgressão você oferece, com todo o seu amor e toda a sua bravura, que convide sua empresa e seu grupo a um passo de evolução? Sim. Transgredir é ação essencial da evolução. É argamassa central da inovação e atitude visceral das lideranças. A evolução de um sistema dá-se num processo linear constante, mas este, em si, não é suficiente para a geração de um sistema de sucesso. O grau de adaptabilidade e aprendizagem necessário a um sistema é maior do que pode ser alcançado por sistemas lineares processuais de evolução. É necessário que o sistema viva saltos de evolução quânticos, provocados por disrupções desafiadoras, tentativas aventureiras e líderes destemidos sedentos por transformarem algo para incentivar o ciclo de morte e renascimento. Todos esses, movimentos essencialmente transgressores. Os seres vivos evoluem também de forma linear, mas mutações acontecem para coroar saltos de melhoria e desconcertar o equilíbrio aparente existente e permitir um futuro renovado. Parece simples, mas não o é. Os sistemas protegem-se das transgressões. Os profissionais, como consequência de sua vontade de sobreviver no sistema, aprendem lentamente a classificarem de subversivas as transgressões. Aprendem a evita-las e, pior, temê-las. Pior ainda, aprende a não fazê-las e, quando fazem, as escondem. Acreditando que elas são apenas ruins, não transgridem no que é essencial, e deixam sua capacidade transgressora morrer ou manifestar-se em temas éticos onde elas não deveriam ocorrer. […]
Um mindset de liberdade é fundamental para dar espaço às mudanças. Ao lado do meu dia-a-dia como consultor na Corall, trago a rotina de atendimentos como coach e terapeuta. E foi neste contexto que me deparei com uma percepção importante sobre um dos elementos no mindset predominante hoje nas organizações, e talvez no mundo do trabalho, e que atua como elemento de repressão aos processos de mudança e transformação organizacionais. Recebi em semanas subsequentes duas pessoas que agendaram conversas comigo, e curiosamente, hoje pela manhã, tive mais uma conversa que trouxe à tona a mesma questão. Todos, cada um em seu caminho, haviam concluído processos de formação como terapeutas. Formações feitas em instituições distintas, linhas distintas e até mesmo países distintos. A dificuldade começou a ser expressada de forma dissimulada, não por evitarem, mas por não perceberem a princípio o que se apresentava. Pouco a pouco percebi as perguntas sobre o meu processo e o meu caminho e formação como terapeuta e aí então se mostrou lentamente a dificuldade deles em assumirem-se como terapeutas e assumirem o risco e a responsabilidade de oferecerem seu trabalho e acolherem as demandas. A origem da insegurança não vinha da dúvida sobre o seu conhecimento ou preparação, mas do medo de serem apontados por essa ou aquela pessoa ou instituição como alguém sem autorização para atender. Nenhum dos três tinha a formação original em profissões terapêuticas, mas todos dedicavam-se há anos ao aprofundamento no entendimento do ser e nos formatos possíveis para atender, acessar e ajudar pessoas em seus caminhos de reflexão, cura e evolução. No entanto, parecia a mim, e a eles, que nada podia cumprir com o papel de ter concluído um curso universitário que os permitissem atender. Digo, uma faculdade de psicologia, fisioterapia, medicina, ou qualquer outra que tivesse intrínseco na […]
Um banho de mar e de gestão Ontem acordei bem cedo e resolvi fazer uma longa remada. Em pé na prancha, buscando um movimento ritmado, percebi claramente o quanto ele não poderia, jamais, tornar-se apenas um movimento mecânico. Uma repetição sequencial invariável. Em pouco mais de uma hora é incrível o volume de diferentes momentos que podem acabar confundindo-se apenas com um marasmo e repetição, se não estivermos disponíveis a uma observação livre e curiosa. Sim, a remada tende a tornar-se o mais homogênea possível. Uma cadência entorpecente que permite seguir uma longa jornada. Mas poucos elementos do contexto seguem iguais. Ousaria dizer até mesmo que nenhum deles o faz. Na ida comecei contra a correnteza, como rege a norma de uma navegação segura. Afinal, na volta, cansado, poderia retornar com ela me favorecendo. Comecei cheio de energia, e logo fui brindado pela visita de uma imensa tartaruga a me espiar com curiosidade. Aquela presença me encheu de energia. Segui remando pensando como era abençoado de iniciar assim uma segunda feira. Mas a correnteza seguia correndo contra a minha direção e agora eu tomava consciência de que o vento estava forte, e ia também na direção contrária. O movimento repetitivo não permitia ao meu corpo um ritmo mecânico, afinal, a água nada tem de estável e as ondas diagonais me obrigavam a constantemente manter meu corpo em um alerta relaxado, constantemente me reequilibrando a cada onda. Mas este reequilibrar dependia de um corpo atento, mas flexível e entregue. Tentar olhar para cada onda que se aproximava não parecia uma boa alternativa. Olhando para a onda eu invariavelmente perdia o equilíbrio. Assim eu ia remando, mantendo um ritmo forte e agradável. Logo o cansaço começou a se fazer presente, e comecei a perceber que uma parte importante da minha sensação de […]
Precisamos com urgência de líderes vivos e prontos a morrer! Por Marcio Svartman, sócio-consultor Corall. Nosso foco tem sido sempre olhar as corporações, mas é no emaranhado entre este universo e a gestão pública que senti um chamado de urgência. Em um mundo complexo e interligado em todas as suas manifestações, as empresas não são mais observadas apenas pelo que produzem, mas, enquanto produzem, como pensam e se relacionam com as principais questões do planeta e da sociedade. O propósito maior que mobiliza uma organização e a coerência em suas posturas em tudo o que faz são, cada vez mais, condições fundamentais de sucesso, pois o olhar deve ser ao futuro e a presença deve ser plena. Pode parecer contraditório, mas não é. Viver com a mente e o coração no futuro nos impede de estarmos efetivamente no momento presente, e é só no presente que podemos construir o futuro. Tenzi Giatsu, o décimo quarto Dalai Lama, tem uma linda frase sobre isso: “Existem apenas dois dias nos quais você não pode fazer nada para mudar a situação: ontem e amanhã.” Manter-se no futuro nos gera ansiedade e medo, e nos impede de agirmos efetivamente para construir o novo. Para o verdadeiro Líder, o futuro que ele visualiza já está presente e ele trabalha para que o gap desapareça. Quando Líderes permitem que o futuro os tire do presente, o resultado é devastador para eles e para a organização à qual deveriam servir, pois não poderão mais agir como agentes de criação de algo novo. Hoje, no cenário político, temos a oportunidade de constatar uma devastadora ausência de líderes adequados, e os lugares em que deveriam estar parecem ocupados por pessoas mais preocupadas em manter suas posições do que em comprometerem-se com o que deveriam fazer no presente para gerar […]
Lições da violência racial no pensar de modelos organizacionais. Por Marcio Svartman, consultor Corall. Representantes da supremacia branca nos Estados Unidos foram foco de violentas reações nesta semana, na cidade de Charlotte. Enquanto bradavam agressões a judeus, negros e gays, uma horda de cidadãos indignados se opuseram violentamente, gerando confrontos que levaram a dezenas de feridos e uma morte. Curiosamente, nesta mesma semana, muito do nosso foco esteve sobre o tema da diversidade. O fato ocorrido nesta pequena cidade norte-americana na Virgínia, coloca luz sobre um aspecto inegável deste tema. O encontro entre diferenças, gera atrito. O que por vezes esquecemos é que o atrito é energia, e a violência é apenas um entre os muitos resultados possíveis para um excedente de energia gerado. Por fim, sim, a diversidade é um gerador de energia. Mais do que a construção de um mundo de maior aceitação, uma das maiores razões para que as organizações sigam desenvolvendo sua capacidade de gerar e manter ampla diversidade interna, é que isto é um imenso gerador de energia. E energia é, no mundo todo, um escasso recurso. Um dos grandes desafios é o fato de que não conseguimos armazenar energia gerada. É preciso dar a ela caminhos imediatos de utilização. Mas ela pode ser transportada. A energia gerada pela água que atravessa as turbinas de uma usina em um canto do país, pode ser utilizada em uma cidade a milhares de quilômetros, desde que haja estruturas prontas a permitirem que ela siga seu caminho. Mas há que se considerar que o transporte consome parte dos recursos também. A energia gerada em uma empresa precisa ser utilizada, caso contrário, se perde. Ou pior, acaba eclodindo em eventos indesejáveis, que nada favorecem as organizações a chegarem em seus objetivos. Olhemos agora para a energia potencial da diversidade. […]