Ubiratan Sá, presidente da ARLANXEO no Canadá (de Fevereiro de 2013 a Dezembro de 2016), líder no setor de borrachas sintéticas, foi entrevistado por Ney Silva, sócio da Corall Consultoria, por videoconferência. De Sarnia, pequena cidade canadense, Sá analisou com profundidade a indústria química e petroquímica, traçou um paralelo dos choques culturais de se trabalhar em diferentes regiões, como Estados Unidos, Colômbia e Argentina, e debateu sustentabilidade e inovação, além de detalhar a criação da ARLANXEO, joint venture entre a alemã Lanxess e a saudita Saudi Aramco. “Para transformar, é preciso que a mudança venha de dentro pra fora. Por maior que seja o nível de estímulo externo, só é possível sair da zona de conforto quando algo interno pede uma mudança” Confira os principais trechos da entrevista. Fale um pouco de sua trajetória, desde a universidade de Engenharia Química na Universidade Federal da Bahia, até o momento como presidente da ARLANXEO Canadá. U.S. Decidi cedo me tornar engenheiro químico e essa deliberação foi acertada, apesar de ter sido feita aos 16 anos. Desde a universidade senti o chamado pela vida executiva. Obviamente, quando se é adolescente, não se sabe exatamente os passos necessários para atingir determinados objetivos. Mas, para mim, pensar em trabalhar com pessoas sempre foi atraente. Estagiei na Dow Chemical, na Bahia, e, em seguida, recebi o convite para trabalhar no headquarter da empresa em São Paulo. Na época, não conhecia a cidade e não entendia exatamente o trabalho que desenvolveria, mas achei um desafio interessante e o aceitei. Essa talvez foi minha primeira experiência de vivência em uma cultura diferente, mesmo dentro do Brasil. As culturas tanto de trabalho quanto de vida entre Salvador e São Paulo são bem distintas. Acredito que a única coisa que une baianos e paulistanos é o Carnaval (risos). O começo […]
Você acha que o mundo está melhorando ou piorando? Ao assistir noticiários na mídia, somos levados a pensar que o Brasil e o planeta estão cada vez mais inseguros, violentos e com problemas cada vez maiores, os quais, para os mais fatalistas, poderão levar a situações de crise intensa ou mesmo colapso total. Estamos indo da escassez à abundância? De fato, quando olhamos para algumas “comunidades” no grande planeta Terra, somos levados a reconhecer que alguns problemas podem aumentar em determinados ciclos. É inegável que em relação à situação política, econômica e social do Brasil, vivemos um momento delicado e de grande transformação. Eu faço parte do grupo dos otimistas, que buscam abundância, daqueles que procuram ver o copo meio cheio e identificar os aspectos positivos que estão emergindo mesmo no caos. Vejo as crises como um chamado para um novo cenário que quer emergir, trazendo possibilidades para a construção de um futuro melhor, sem escassez. Recentemente vi um vídeo (TED com Peter Diamandis, chairman da Singularity University) que me tocou profundamente por seu otimismo relacionado ao que pode acontecer no mundo graças ao impacto da tecnologia em nossas vidas. Mas, antes de me aprofundar nisso, é importante colocar dois pontos em perspectiva. Meios de comunicação O primeiro se refere ao fato de sermos continuamente bombardeados pela mídia com assuntos negativos. Claramente, os meios de comunicação tendem a veicular aquilo que tem mais apelo aos seus consumidores e é inegável que estes tópicos exercem atração em grande parte da população. Uma teoria da neurociência indica que um dos principais fatores que despertam nosso interesse para temas “preocupantes” reside na amígdala, pequeno órgão localizado em nosso lóbulo temporal. Uma das principais funções da amígdala é detectar perigo. Graças ao seu funcionamento, nossos longínquos ancestrais puderam sobreviver a muitas adversidades. De todas […]
O que lhe vem à mente quando você pensa na palavra “vulnerabilidade”? Possivelmente surgem situações associadas à fragilidade, à fraqueza ou a algo que deveria ser fortemente evitado, não é mesmo? Pensamos que não devemos nos colocar em situações vulneráveis e associamos tal estado a emoções que queremos evitar como o medo, a vergonha e a incerteza. No entanto, existem pesquisas muito interessantes que nos mostram outro lado dessa característica e do poder e impacto que criamos em nossas vidas quando permitimos a expressão da vulnerabilidade. Um dos TEDs (palestras disponibilizadas na internet) que mais me impactou é o da pesquisadora americana Brené Brown. Ela relata que, ao iniciar suas pesquisas na área de assistência social, encontrou nas pessoas com dificuldades em estabelecer conexões verdadeiras em suas relações uma forte correlação com a vergonha e que, no âmago deste sentimento, existia uma sensação de vulnerabilidade extremamente dolorosa. Imaginou então que se aprofundasse sua pesquisa na busca de caminhos para diminuir esta vulnerabilidade, poderia reverter a sensação de vergonha e consequentemente ajudar pessoas a fortalecer seus relacionamentos. Com isso, as tornaria mais plenas e felizes. Curiosamente não foi o que encontrou. Ao analisar centenas de entrevistas, identificou que no grupo de pessoas capazes de estabelecer conexões fortes e verdadeiras (que também tinham fortes sensações de pertencimento e de valor próprio), duas características estavam sempre presentes: a vulnerabilidade e a coragem, sendo as duas intimamente correlacionadas. A vulnerabilidade neste contexto significa a disposição de se expor, de se expressar de uma forma autêntica e franca, de fazer coisas sem garantia, de correr riscos. Quando as pessoas se desarmavam e se arriscavam a tirar a armadura que as protegiam, abriam-se também às experiências que traziam propósito e significado às suas vidas. Para este grupo, a sensação de vulnerabilidade não era confortável, mas também […]
A expressão “fulano é resistente à mudança” tem sido amplamente utilizada para descrever pessoas que não se engajam em programas de transformação patrocinados por líderes organizacionais. O problema intrínseco desta afirmativa é que a mesma atribui a responsabilidade de mudar…
Os noticiários da última semana foram tomados sobre o atentado em Paris e suas implicações. O foco da reunião do G20 mudou para terrorismo, ao invés de tratar em como avançar os temas econômicos globais. Jogos de futebol entre seleções…
Ultimamente, nas nossas rodas de conversas, sempre estão presentes assuntos ligados à crise política, econômica ou nas empresas. Minha perspectiva é que a maior das crises que vivemos hoje é a de confiança, em especial nas lideranças que nestes momentos…
Temos um problema. Será mesmo? Minha formação em engenharia mecânica-aeronáutica e muitos dos meus anos na vida executiva trabalhando com melhoria de processos e sistemas, naturalmente me levaram a desenvolver um olhar estruturado e processual de como resolver problemas organizacionais.…
Na semana de 4 de maio, nós, sócios da Corall junto a alguns clientes e parceiros, tivemos a oportunidade de viver uma experiência única: nos aventuramos a andar numa montanha russa, a montanha russa do “processo” criativo. Graças ao empenho…
Um dos temas mais fascinantes e ao mesmo tempo mais complexos no mundo das organizações é o da Cultura. Peter Drucker cunhou uma frase emblemática para retratar esta complexidade: “Culture eats strategy for breakfast”. Kotter e Heskett em seu livro…