Sempre que inicio um trabalho estratégico em uma organização, gosto de começar com uma pergunta simples: o que significa estratégia para cada pessoa envolvida? É lindo perceber como uma única palavra vem repleta de significados.
Parte do primeiro ato é criar um significado comum a partir do diálogo para então seguirmos os trabalhos.
Nossa vida cotidiana é repleta de símbolos e palavras com múltiplos significados.
Recentemente, em uma organização com quem estávamos trabalhando um projeto de cultura, emergiu como tema central da evolução cultural a expressão “ser poliglota empático”.
Isso me capturou por um momento, porque é uma ótima metáfora para a necessidade de aprender a “falar a língua” dos outros e entender um pouco mais sobre o mundo ao nosso redor antes de tomar decisões estratégicas.
No entanto, muitas vezes, pula-se direto para a conclusão, mergulha-se em inúmeros relatórios de tendências, vendas, projeções, análises de mercado, querendo ser estratégico sem acessar, sentir ou perceber as pessoas ao nosso redor e o que está acontecendo nos diversos contextos da vida, de uma forma mais ampla.
Isso me levou a refletir sobre a estratégia da vida, como a vida encontra seu caminho e evolui. O que eu poderia aprender com a estratégia da vida e trazer para a organização?
Para mim, a resposta é a adaptação. Quando me deparei com a presença de um tumor, meu corpo e minha vida precisaram se adaptar para preservar a saúde.
Diversos sistemas internos se auto regulam de maneira complexa, encontrando oportunidades para me manter viva. Ao mesmo tempo, a ajuda externa, via medicamentos disponíveis e práticas integrativas, atua complementando o processo.
A lógica para uma organização, na minha visão, é a mesma: para a organização se adaptar, precisa abrir mão do controle total de prever o futuro através de dados e planilhas e entender o que quer conservar no presente, incluindo aspectos emocionais e sutis, considerando o sentido da vida da organização, seu propósito, sua alma e qual o grande sonho ou necessidade para ela.
Do ponto de vista do fazer, criar condições para que as pessoas possam se conectar com essa visão de futuro, para co-evoluir de forma autêntica e significativa com a estratégia da organização.
Uma cultura organizacional que, em sua composição, tem um ambiente cuidado para que as pessoas se conectem emocionalmente e vibrem, sentido-se parte de uma construção compartilhada e mais orgânica, vivencia o aprendizado da estratégia da vida para a organização.
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