Da Máquina a Vapor a GPT-3: como novos tecnologias mudam a cultura das organizações e moldam o futuro

Estamos em um momento histórico de transição em que o mundo como o conhecemos está sendo rapidamente transformado pela evolução tecnológica, que é ainda mais acelerada com a chegada do Chat GPT-3. Nesse contexto, é fundamental refletir sobre como a popularização das novas tecnologias está impactando a cultura das organizações. Mas, antes de abordarmos diretamente esse tema, quero relembrar algumas inovações que revolucionaram a forma como vivemos e trabalhamos.

1. 1775 – James Watt inventou a máquina a vapor que possibilitou a Revolução Industrial.
2. 1876 – Alexandre Graham Bell inventou o telefone que transformou a comunicação humana e permitiu que as pessoas pudessem conversar em tempo real em longas distâncias.
3. 1946 – o ENIAC, “Electronic Numerical Integrator and Computer” ou “Integrador Numérico Eletrônico e Computador” em português, foi desenvolvido pelos Estados Unidos durante a Segunda Guerra Mundial para utilização militar.
4. 1989 – Tim Berners-Lee inventa a World Wide Web (Web 1.0) que permitiu a criação de sites estáticos, acesso à leitura de conteúdos, mesmo com a alta dificuldade de criação.
5. 2000 – nomes como Tim O’Reilly, Dale Dougherty, Craig Cline, Jesse James Garrett e Tim Berners-Lee evoluem a Web 2.0 e coloca na mão de pessoas comuns acesso à leitura e escrita, conteúdo dinâmico em tempo real, interação e colaboração, formação de redes sociais (2004 – Facebook, 2006 – Twitter e 2010 Instragram).
6. 2007 – A Apple lançou o primeiro iPhone que revolucionou a indústria dos Smartphones
7. 2018 – OpenAI lançou o primeiro modelo de linguagem natural.
8. 2020 – Chat GPT-3 (Generative Pre-trained Transformer), revolucionou a forma como pensamos a tecnologia para trabalhos que não são mecânicos ou robotizados, tais como: educação, saúde, negócios e entretenimento.

Lendo essa breve recordação é possível trazer à luz que cada inovação tecnológica traz consigo novas complexidades que se somam às já existentes, e a evolução não implica a obsolescência da tecnologia anterior, mas sim a sua inclusão e transcendência. A adoção de novas tecnologias não é uma substituição completa, mas um processo de construção de um sistema mais complexo que permite a integração do novo e que atendam às demandas emergentes da sociedade. 

Neste sentido, a maneira como as organizações incorporam as inovações que estão disponíveis a partir de agora decidirão o futuro dos Humanos que seremos e do mundo em que viveremos. Tenho brincado com a minha imaginação e também com as tecnologias emergentes e decidi trazer dois cenários, correndo o risco de ser interpretada como reducionista, simplista ou limitada. Vamos lá:

Cenário otimista

A popularização da Inteligência Artificial (AI) com o Chat GPT-3, Blockchain, Realidade Virtual (VR), Internet das Coisas (IoT), Impressão 3D e computação quântica, levaram às pessoas para um patamar mais criativo, sensível, empático, cuidadoso com a vida e a natureza, passando a utilizar o tempo para refletir, contemplar, criar, expressar e pensar em perguntas que levam para um espaço de bem comum e urgência em questões que supram as necessidades básicas da vida. Algumas decisões hipotéticas que foram tomadas no passado e que permitiram esse cenário: 

1. Investimento em pesquisa para entender melhor o impacto das novas tecnologias na sociedade e antecipar possíveis consequências.
2. Regulação adequada para que sejam usadas para o bem comum e não prejudiquem a sociedade ou o meio ambiente.
3. Ética e transparência para que novas tecnologias se comprometam com os resultados gerados. 
4. Importante abrir espaços para a participação pública em debates e discussões sobre o uso das novas tecnologias.
5. A educação pública básica foi reinventada para incluir a aceleração do processo de aprendizagem para crianças e adolescentes.
6. Investimento do desenvolvimento das pessoas – organizações e governos articularam iniciativas de capacitação de profissionais e planejaram a transição através de políticas públicas e adequação de demandas.
7. A Internet está disponível para todas as pessoas e o pensamento crítico foi estimulado para que o uso também estivesse relacionado ao aprendizado e desenvolvimento técnico, social e emocional.
8. As organizações perceberam sua responsabilidade no futuro que estava sendo criado naquele momento presente, sabendo que novas tecnologias se desenvolvem exponencialmente, enquanto as pessoas precisam de tempo para adotar novas tecnologias.

5 atributos de cultura organizacional no cenário otimista:

1. Inovação e criatividade: As empresas promovem um ambiente propício para a experimentação e inovação, incentivando seus colaboradores a buscar soluções criativas e inovadoras por meio do uso das novas tecnologias.
2. Transformação regenerativa: As empresas assumem a responsabilidade de regenerar a sociedade e o meio ambiente, utilizando as novas tecnologias para criar novos modelos de negócios regenerativos, ao invés de apenas extrair recursos, buscar crescimento infinito e maximizar lucro.
3. Educação e desenvolvimento: As empresas investem em educação e capacitação das pessoas e, juntamente com o governo, desenvolvem políticas públicas para promover a capacitação de profissionais e o aprendizado para todos.
4. Colaboração e empatia: As empresas incentivam a colaboração e o trabalho em equipe, promovendo um ambiente empático e cuidadoso com a vida e a natureza.
5. Visão de futuro: As empresas compreendem a importância de se adaptar às mudanças tecnológicas e promovem uma visão de futuro responsável e comprometida com o bem-estar social, antecipando possíveis consequências e buscando soluções inovadoras para suprir as necessidades básicas da vida.

Cenário pessimista

A popularização da Inteligência Artificial (AI) com o Chat GPT-3, Blockchain, Realidade Virtual (VR), Internet das Coisas (IoT), Impressão 3D e computação quântica, levaram às pessoas para um patamar de comodismo e dependência. As pessoas estão sendo controladas pelas tecnologias e não fazem ideia do que está por trás de cada botão que aperta ou cada compra realizada. O pensamento crítico parece não fazer parte da vida das pessoas e a submissão aparece como vício na conexão e na realidade virtual. O mundo está cada vez mais polarizado, um número muito grande de “humanos inúteis” parecem fundar comunidades de “zumbis” e privilegiados constroem muros e barreiras que parecem dividir tipos de pessoas. Algumas decisões que foram tomadas no passado e que permitiram esse cenário: 

1. Ausência de segurança e privacidade de dados, falta de transparência e uso inadequado de informações pessoais de serviços gratuitos de tecnologia.
2. Permissividade e ausência de regulamentações, discussões sobre ética e responsabilidade.
3. Ausência de investimento em educação e treinamento para estimular o pensamento crítico, o aprender a aprender, deixando muitas pessoas para trás em comunidades marginalizadas.
4. Acentuação da diferença entre quem tem acesso à educação e tecnologias, fortalecendo o abismo social.
5. Empresas, organizações da sociedade civil e governos alheios aos debates, impactos e ações, por desconhecimento ou falta de habilidade para lidar com a transição posta e acelerada.

5 atributos de cultura organizacional no cenário pessimista 

1. Dependência e falta de autonomia: ambiente em que as pessoas são controladas pelas tecnologias e se tornam cada vez mais dependentes delas, sem saber o que está por trás de cada botão ou decisão que tomam.
2. Falta de transparência e ética: não se preocupam com a privacidade e segurança dos dados de seus usuários, nem regulamentam o uso das novas tecnologias e transparência de resultados financeiros. 
3. Falta de pensamento crítico: As empresas não incentivam o pensamento crítico e a reflexão sobre o uso das novas tecnologias, e as pessoas se submetem a uma realidade virtual e perdem a capacidade de questionar e refletir sobre o que está acontecendo.
4. Acentuação do abismo social: não investem em educação e treinamento para estimular o pensamento crítico e o aprender a aprender, deixando muitas pessoas para trás.
5. Falta de visão de futuro: As empresas não se preocupam em antecipar possíveis consequências negativas das novas tecnologias e não buscam soluções inovadoras para suprir as necessidades básicas da vida, deixando a sociedade à mercê de um futuro incerto e desigual.

Quero reforçar que minha intenção foi deixar dual ambos cenários, sabendo que existe a possibilidade de ambos coexistirem e inúmeros outros aspectos não lineares, previsíveis ou imagináveis também.

Neste momento eu escolho ser otimista e fazer o possível para que este cenário se manifeste no futuro, porque nele nos mobilizamos e colocamos a vida no centro das decisões e assim, as novas tecnologias estarão à serviço dela.

E você? O que tem refletido sobre as novas tecnologias acessíveis?  Comenta comigo suas viagens e anseios=) 

Autora: Erica Isomura (tema central, viagens de cenários possíveis, prompts, análise crítica e síntese).