Crescer ou não crescer, esse é um grande desafio para as empresas que prezam a sua cultura organizacional e o seu modo de fazer. Explica-se o impasse: é grande o risco de uma empresa perder a sua essência e sua forma de conviver e operar caso cresça de uma maneira desorganizada. Assim, as organizações inovadoras privilegiam o crescimento orgânico, de dentro para fora, com uma expansão cuidadosa e bem organizada preservando o seu modelo e sua cultura, ao crescimento inorgânico através de grandes fusões e aquisições. Algumas empresas que possuíam uma cultura organizacional inovadora de operar, perderam a sua alma (e seu espírito inovador) ao serem adquiridas por um grupo de investidores ou grandes empreendimentos que tinham como objetivo apoderar-se apenas dos ganhos que essas empresas geravam, mas desconheciam ou não tinham interesse pela sua essência. Há exceções: a própria Zappos, que foi adquirida pela Amazon em 2009, por US$1,2 bilhão, manteve a sua cultura e operação separadas da empresa compradora. Por saber que esta era a sua vantagem competitiva, conseguiu preservar seu modo de operar.
Mauricio Goldstein é sócio e consultor da Corall