Essa empresa combina com você?
Por Luciana Coelho
Gerenciar expectativa entre empregador e empregado, arrisco dizer, é um dos principais desafios dos líderes atualmente. Quando um colaborador segue o modelo de negócio da empresa, a expectativa é alta, pois depositamos nela a esperança de conseguirmos realizar nossos projetos, de ascender profissionalmente. E isso vai sendo balizado, na vida como ela é, durante sua trajetória na empresa.
A forma de balizar precisa ser melhor debatida e gerenciada no dia a dia, pois baseado no conceito de engajamento 3D da Aon, 1/3 da responsabilidade é da empresa, a marca que ela representa, a sua governança, a sua cultura, sua ética e seus processos. Outro terço vem do líder direto, ele é o representante da empresa e o colaborador confia nele, ou não. E por fim, o outro terço é pessoal e intransferível. É quem a pessoa é e isso os colegas (e os lideres) só desvendam ao longo da jornada.
Daí vem e complexidade em gerenciar e equilibrar esses papéis. Costumo perguntar, depois de um período, aos meus pares e equipe (que se tornam amigos): “e aí, essa empresa combina com você?”. Acho importante aterrissar pois muito da falta de engajamento está em querer mudar o que a empresa não vai mudar e isso gera uma frustação danada. Outra pergunta, que incluímos até na pesquisa de engajamento: “você tem um melhor amigo no trabalho?”. Essa pergunta mexe, pois nos faz refletir como estamos nos relacionando e também de como os colegas fazem cada vez mais diferença na vida profissional das pessoas.
Um relatório da Globoforce revela essa importância da amizade no trabalho onde 88% dos entrevistados confiam nos seus colegas, 42% que não têm um amigo no trabalho aceitariam outra proposta de emprego e 89% dizem que o relacionamento no trabalho afeta a qualidade de vida. Acho, do fundo do meu coração, que precisamos prestar mais atenção nisso.
Luciana Pinto Coelho Alde — Relações Publicas, 37 anos, mãe de Maria Eduarda e Rafael,
Gerente de Recursos Humanos do GPA