Há espaço para espiritualidade nas empresas?
Vicente Gomes conversa com Stela Campos do Valor Econômico sobre a importância das organizações estarem abertas para vivências diferentes em um ambiente com maior diversidade e espiritualidade.
Em tempos de grande polarização de opiniões, buscar um ambiente coeso tem sido um grande desafio para as empresas. Há quem diga que isso pode acontecer com o desenvolvimento da espiritualidade nas companhias.
O que isso significa exatamente?
O consultor Vicente Gomes conversou com a jornalista Stela Campos sobre isso:
Como funciona a espiritualidade nas empresas?
Espiritualidade é criar espaço dentro das organizações para assuntos relacionados à comunidade, à sociedade, o que é mais sagrado e querido nas empresas.
Qual a diferença entre promover a espiritualidade e as religiões dentro das empresas?
Elas tratam do mesmo assunto.
Entretanto, para a espiritualidade todas as religiões são bem vindas, todas falam sobre a mesma coisa. A espiritualidade não se atém a uma religião, mas incorpora e transpõe um pouco essa codificação de cada religião, suas histórias e suas crenças.
Como as empresas podem trabalhar esse tema da espiritualidade na prática?
Existem diversas maneiras. Ajudar as pessoas a matricular esse assunto e conversar sobre isso no dia-dia é um dos caminhos. Essa iniciativa já faz uma grande diferença.
Outra maneira é ancorar este proposito da organização. É quando a empresa articula e acha seu propósito nessa visão mais expandida da vida e a partir dai começar a articular estratégia, cultura e seus sistemas de gestão.
Dá pra mensurar o impacto da espiritualidade na vida dos funcionários?
Dá sim. Porque a gente dá espaço para o que é mais sagrado das pessoas. E isso transborda para a sociedade, para os clientes, fornecedores, os stakeholders em geral, a empresa se torna muito mais forte e o impacto fica mais fácil de mensurar. A empresa se torna mais querida, mais admirada e existem estudos que provam isso.
O Raj Sisodia é um professor nos Estados Unidos e ajudou a fundar o Capitalismo Consciente. Ele fez uma pesquisa especifica sobre essas empresas mais amadas. Essas empresas trazem para sua gestão esse olhar mais espiritual.