Só faz DR (discussão de relação) quem não está bem na relação.
O que torna uma DR algo não tão agradável de se fazer.
Mas fazer uma DR pode ser a maneira mais eficaz de lidar com uma crise.
Algo parecido ocorre com uma organização.
Há momentos na trajetória de uma empresa quando as coisas não podem seguir mais como estão.
Quando ela quer e precisa criar um futuro novo e disruptivo, mas não consegue inovar.
Quando a gestão mudou ou precisa mudar.
Quando ela se junta a outra empresa e precisa integrar diferentes culturas.
Quando não sabe mais como lidar com a pressão dos acionistas por resultados de um lado e dos colaboradores por cuidados de outro.
Quando um time está operando de modo disfuncional, com seu desempenho comprometido por conflitos e jogos políticos.
Quando é necessário que todas as lideranças e equipes estejam unidas em torno de um objetivo ou propósito comum.
Quando a empresa já usou de todo o seu menu de possibilidades e ainda seguiu empacada diante de algo que ameaça sua evolução, este é o momento certo para uma DR.
Mas para não parecer que essas situações se resolvem com uma simples (sic) DR, vamos usar uma analogia mais apropriada: o Waze.
Qual é a informação mais importante para o Waze?
Onde você está.
Sem clareza sobre o ponto de partida, é impossível traçar a rota.
O mesmo vale para o ponto de chegada.
Só que, diante de desafios complexos, onde não existe causa raiz ou qualquer segurança sobre a chegada bem sucedida ao destino, o mais importante é perceber os sinais do futuro que já está emergindo no presente.
Estava todo mundo fazendo o melhor possível, executando tarefas e economizando energia usando o piloto automático, até que as coisas deixaram de funcionar.
Um desafio complexo convida a liderança da organização a se aprofundar sobre o que está acontecendo (estado atual evolutivo), se abrindo para dados e informações que estavam inconscientes, na forma de falas não ditas, vozes caladas, elefantes na sala.
E é dando consciência ao que estava inconsciente, que aparece com clareza o ponto de chegada (novo estado evolutivo), os sinais do futuro que já está emergindo e onde tem fluxo para a empresa experimentar novos caminhos.
Para isso, é preciso acolher a realidade como ela é, nem certa, nem errada, apenas o que ela é, o que ela foi possível de ser, quando estava todo mundo fazendo o seu melhor com o nível de consciência que havia em cada momento.
Só que agora a realidade é outra, a consciência é outra e novas escolhas conscientes precisam ser feitas, sob o risco de se perder a inocência em atitudes e decisões que já não mais levam ao sucesso num mundo que já emergiu e que incorpora resultados com abundância compartilhada, bem estar para todos os stakeholders e a corresponsabilidade pela vitalidade do planeta.