A nação Fulani [1] já viveu um passado de grande poder. Com uma história relatada de quase mil anos, entre os séculos XIX e XX ela foi a força dominante entre as tribos nômades que pastoreavam e viviam de uma cultura de subsistência em terras onde hoje estão Burkina-Faso, Níger, Nigéria e Camarões, parte oeste da África. Os Fulani foram os grandes responsáveis por difundir o islamismo entre os povos que habitavam essa vasta região.
Ainda hoje a cultura nômade, os Fulani têm um peso econômico bastante modesto no panorama mundial, mas deixaram a sua impressão digital na nova ordem econômica mundial ao legar uma expressão — Mojo — que define aquela qualidade etérea e impalpável que as coisas, empresas incluídas, têm e que fazem acender no nosso coração a chama da empatia, da admiração, da vontade de ficar por perto daquele objeto de apreço.
Mojo, moco’ona língua fulani, significa curandeiro. Foi exportada para os Estados Unidos como sinônimo de amuleto, mágica, vodu. Ali ganhou um sentido mais amplo. Significa charme, encanto. Alguém que tem Mojo é uma pessoa que desperta atenção, que se dá bem com o sexo oposto, é sexy. Tem carisma.
Em seu livro Mojo: How to Get it, How to Keep it, How do Get it Back if you loose it [2] (Mojo: Como ter, manter e reconquistá-lo se você o perder), Marshall Goldsmith afirma que o mojo surge no momento em que algo que tenha um propósito, seja poderoso e positivo, é materializado em nossas vidas. O mesmo conceito é aplicável às empresas. Se elas têm uma proposta que seja poderosa e percebida como positiva pelas pessoas, elas têm o mojo que irá encantar àqueles que com ela têm contato e transformá-los em seus fiéis seguidores.
Mauricio Goldstein é sócio e consultor da Corall
[1]Fulani Informações. Última modificação em 3 nov 1998 [acesso em 2013 set 30] Disponível aqui!
[2]Goldsmith,M. eReite, M. Mojo How to Get it, How to Keep it, How do Get it Back if You LooseIt. Nova York: Hyperion, 2009.’