O brasileiro cordial — coletivismo
* Coletivismo
Um estudo comparativo sobre como a cultura de cada país influencia os valores no ambiente de trabalho, o pesquisador holandês Geert Hofstede, respeitado teórico da biologia das organizações, confere ao Brasil 38 pontos [1] (resultado baixo numa escala de 0 a 100) na dimensão “Individualismo” de seu trabalho. Isso significa que, desde o nascimento, “as pessoas no Brasil integram-se em grupos altamente coesos e fortes (representados pela família estendida, incluindo tios, tias, avós e primos) que se protegem uns aos outros em troca de lealdade”. Em termos de autoimagem, os brasileiros se veem muito mais como “nós” do que como “eu”, configurando uma sociedade altamente coletivista. Nos Estados Unidos, esse índice chega a 91, retrato de uma cultura altamente individualista. De certa forma, temos o capital principal e é relativamente mais simples realizar o caminho para a parte estrutural, levando inovação para a organização, os processos, as políticas de RH; difícil mesmo é a estrada contrária — em ambientes de cultura menos afetiva, voltada para o vencer, onde o simples ato de tocar um colega pode ser considerado inapropriado, será preciso reinventar a empresa para injetar nela o vírus da felicidade.
Vicente Gomes é sócio e consultor da Corall