Donuts são aquelas rosquinhas redondas em forma de anel, com um buraco no meio, populares nos Estados Unidos. Os humoristas de Hollywood e das histórias em quadrinhos criaram o folclore de que elas são tão amadas pelos policiais que estes são capazes de abandonar ao meio uma perseguição a bandidos, caso passem diante de algum estabelecimento que sirva essas rosquinhas. Os donuts também são inspiração para um ditado popular americano: “Some see the donuts, others see the hole” (– Alguns enxergam o biscoito; outros, o buraco).
Quando olhamos para os tempos atuais, podemos dizer que estamos diante de um “momento donut”. Se fixarmos o olhar em negatividades, como: a falta de engajamento no trabalho, os crimes corporativos, a destruição do meio ambiente ou a busca obsessiva pelo lucro, doa a quem doer, veremos apenas um grande e assustador buraco. Mas se levantarmos os olhos, vamos enxergar, neste mesmo mundo, empresas cada vez mais voltadas para a sua contribuição para o mundo e ganhando muito dinheiro com isso; observaremos uma cultura estabelecida nas redes sociais disposta a apoiar causas justas; também vamos perceber que surgiu um novo tipo de cliente: aquele que não se importa em pagar mais por produtos sustentáveis e procura ser fiel às empresas que tenham uma boa proposta embutida.
Hoje temos um saboroso e vasto donut ao alcance das nossas mãos. Há grandes desafios, é claro. Mas, se olharmos com sabedoria, vamos perceber que estamos diante de uma nova economia, uma era de transição, com uma dinâmica própria e repleta de oportunidades. E que é possível tirar proveito deste período histórico e morder esse donut. Muitas organizações, inclusive brasileiras, já estão fazendo isso.