Na semana de 4 de maio, nós, sócios da Corall junto a alguns clientes e parceiros, tivemos a oportunidade de viver uma experiência única: nos aventuramos a andar numa montanha russa, a montanha russa do “processo” criativo. Graças ao empenho e dedicação de um dos nossos sócios, o José Luiz Weiss, conseguimos materializar uma parceria com uma empresa de origem inglesa, a Nowhere, focada em ajudar organizações a criar e sustentar a Cultura de Inovação. Nesta semana, realizamos o 1º workshop e nele mergulhamos e emergimos em movimentos sucessivos e alternados, de nos colocarmos diante do conhecido e o do desconhecido, do estruturado e do que simplesmente surge intuitivamente. Vivenciamos que a Inovação emerge de uma frequência cocriativa e não de um processo (somente). Entramos em contato com outras formas de buscar o saber e assim, além do intelectual/mental, nos permitimos experimentar a intuição, a emoção e a percepção (sensing).
Foram muitos os aprendizados e há muitos insights que poderíamos compartilhar com nossos amigos leitores do “Gestão Fora da Caixa”. Neste artigo, gostaria de dividir com vocês um ponto que me chamou muita atenção: a do papel do líder na cultura da inovação.
Um dos papéis mais difíceis e desafiadores para o líder, no contexto de gerar uma Cultura de Inovação no seu time ou na organização, é o de criar e sustentar espaços onde haja propósito, que são cheios de energia, onde os integrantes sintam que podem fazer coisas que nunca pensaram poder fazer.
Um dos desafios é que a maioria dos líderes é boa em ocupar ao invés de gerar espaços. A propósito, são treinados a se comportarem desta maneira, e com frequência valorizados e recompensados quando assim agem. No melhor caso, são as suas fortalezas, como visão, abrangência e profundidade que ocupam este espaço. No pior, é somente o seu ego, com suas vontades e impactos negativos que ali chegam.
Quando não conseguem criar e sustentar estes espaços, os líderes não viabilizam o acesso à inteligência coletiva que surge nas interações entre os integrantes, no espaço relacional, no fluxo e na tensão criativa, e assim não liberam seu potencial criativo latente. Ou seja, a mágica não acontece.
E nestes espaços é fundamental sustentar a incerteza e a emoção que emerge quando o status quo é rompido. E isto só acontece quando existe abertura e confiança para se aventurar no desconhecido. E é neste terreno do desconhecido que surgem os vislumbres da criatividade e do novo. Ao mesmo tempo, após surgirem as centelhas da criatividade, é necessário ter a habilidade para transformá-las em inovação.
E num mundo onde a única real diferenciação estratégica de longo prazo é a capacidade de inovar, é desafiador, mas ao mesmo tempo reconfortante, saber que através do design cuidadoso de experiências, podemos ajudar líderes a se tornarem mais conscientes e, desta forma, auxiliar seus times na geração de insights coletivos e de ideias transformadoras.
Ney Silva é sócio e consultor da Corall