Fui um dos muitos milhões de brasileiros que trabalhava para pagar a faculdade.
E para quem acha que cursar Jornalismo era pura boemia, lamento, mas, tirando as noites de sextas-feiras, onde os estudantes de todos os cursos da PUC de Perdizes se encontravam no Docas, o caminho era tortuoso e de muito estudo.
Sem poder contar com as facilidades do ChatGPT ou do Google – a Internet ainda nem havia chegado ao Brasil -, o que me salvou foi uma coleção de livretos chamada Primeiros Passos.
O que é Ética, O que é Capitalismo, O que é Marxismo, O que é Cultura, O que é Sociologia e até O que é Jornalismo são alguns dos 312 títulos dessa coleção redentora de estudantes trabalhadores.
E agora, passados 34 anos de minha formação, vejo que muita gente sofre do mesmo mal e não tem tempo para se aprofundar em temas essenciais para o seu dia a dia, como TRANSFORMAÇÃO ORGANIZACIONAL.
No melhor estilo “Primeiros Passos”, TRANSFORMAÇÃO ORGANIZACIONAL é o nome que se dá ao movimento, consciente ou não, de evolução de uma empresa. Ela substitui a expressão mudança organizacional, pois a palavra mudança, do latim mutare, carrega a conotação de trocar de lugar, enquanto transformar, do latim transformare, significa mudar de forma.
Sendo um organismo vivo, uma organização só muda de lugar se for no sentido físico, do CEP.
Como um organismo vivo, na realidade uma organização se transforma, evolui.
TRANSFORMAÇÃO ORGANIZACIONAL é, portanto, uma dinâmica contínua de evolução da forma como uma empresa se amolda continuamente ao mundo ao seu redor.
Como qualquer organismo vivo, se uma empresa se transforma de forma congruente com as transformações do meio em que vive, dizemos que ela evolui de modo sustentável.
Se ela se transforma de modo não congruente, dizemos que ela caminha para a extinção.
Para uma empresa se transformar de modo congruente com as transformações do meio em que está inserida, ela irá precisar de uma evolução de mindset, abrindo-se para enxergar o mundo a partir de lentes e perspectivas diferentes, para ampliar os dados e informações sobre seu estado atual, sonhar sonhos possíveis de futuro e estabelecer caminhos eficazes e adaptativos.
E precisará igualmente de uma evolução de heartset, pois momentos de transformação costumam ser também períodos de grandes incertezas. Para lidar com elas, será preciso evoluir do medo para a confiança, para um estado onde nos sentimos verdadeiramente juntos, aprendendo e evoluindo uns com os outros.
Essa evolução de mindset e heartset pode ser estimulada ou dificultada por condições individuais, como jornadas de autoconhecimento, e coletivas, como sistemas de performance, rituais e modelos de gestão e governança.
Para saber mais sobre transformação organizacional consciente, fale com a gente ou vá direto à fonte sobre complexidade, onde meus autores preferidos são Edgar Morin, Humberto Maturana, Humberto Mariotti e Nora Bateson.