Coerência é fundamental em todos os âmbitos da vida e impacta diretamente no nível de engajamento no ambiente corporativo. Este tema ganha especial relevância nas empresas hoje em dia, tendo em vista as transformações que estão ocorrendo nos modelos de gestão.
O que era reconhecido como modelo de gestão de sucesso há alguns anos, hoje é visto como retrocesso. Modelos de avaliação de desempenho 9BOX, estruturas muito hierarquizadas e formais, sistemas de recompensa que valorizam a figura do herói e métricas de desempenho baseadas unicamente nos interesses dos acionistas são coisa do passado.
Dependendo da empresa e do perfil da sua liderança, este processo de transformação se inicia em uma parte do sistema: o propósito, os valores, a estrutura, o modelo de avaliação de desempenho e contribuição, dentre outros.
Este movimento corajoso de evolução, no entanto, pode perder força ou até regredir se não for feito de maneira coordenada e com um olhar integrado e sistêmico sobre todas as esferas da organização, sejam elas internas ou externas (fornecedores, clientes, comunidade, meio ambiente, etc).
Pensar o tema que impulsionou o movimento pode ser a linha condutora para se criar a coerência. É o caso da empresa que percebe uma necessidade de estimular a inovação e, para isto, revê seus valores incluindo a inovação como um deles e promove treinamentos sobre design thinking.
Porém, para que de fato a inovação passe a fazer parte da cultura, a empresa também precisa promover uma reflexão que vai além destas iniciativas, como, dentre muitas outras possibilidades, rever a estrutura para criar ambientes mais colaborativos e flexíveis e repensar os sistemas de avaliação de desempenho capturando a interdependência de todo o time envolvido na criação de novas ideias.
Saber onde se quer chegar, o caminho a ser percorrido e compartilhar esta jornada de evolução com todas as partes interessadas contribui para se conseguir a coerência de todo o sistema e consequentemente concretizar a transformação almejada. É isso ou ficar estagnado e preso a modelos arcaicos de gestão.
Alessandra Almeida é sócia e consultora da Corall
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