Desconhecido e a Inovação
Sim, é um convite feito pelo cientista e físico Uri Alon para aceitarmos o desconhecido e mergulharmos de cabeça nesse mundo para fazermos as grandes descobertas, para efetivamente inovarmos.
Após estar inúmeras vezes diante do desconhecido, da frustração ou até mesmo de um beco sem saída em suas pesquisas e teses, ele descobriu (como a grande parte de seus colegas) que as grandes descobertas e inovações vinham justamente quando ele cruzava a fronteira e aceitava o convite para entrar no mundo do desconhecido.
Estamos acostumados (e fomos educados/condicionados) a percorrer um caminho linear para responder as nossas grandes perguntas. Acostumados (até mesmo forçados) a não aceitar o erro ou o desconhecido. Porém, esse caminho que aprendemos a trilhar, acaba por achatar as possibilidades nos forçando a escolher um único caminho e sem chance de erro. Porém, na natureza e em nossa própria experiência nós sabemos muito bem de onde vêm as grandes ideias, de onde vêm as respostas improváveis e realmente inovadoras, de onde surgem soluções impensadas para problemas novos. Certamente, não vêm dos caminhos retos, planos e previsíveis.
Para começar esse novo ano, gostaria de reforçar o convite do Uri: “Sim, e…”.
Essa técnica ele foi buscar do teatro de improviso. Nessa arte, não há roteiros ou caminhos previsíveis. Exatamente como a nossa vida. Nessa arte, os atores se exercitam para estabelecer uma forte conexão entre si e para aceitar o desconhecido. Quando alguém começa um movimento ou uma nova ideia, a proposta é que sua primeira reação seja aceitar, dizendo SIM. E, então, mergulhar junto no desconhecido usando o “E…” para adicionar sua ação, ideia, contribuição, proposta e entrar na onda.
Que tal…
Alguém trouxe uma ideia nova. Você começa com um “sim”, “e…”;
Alguém te apresenta uma proposta idiota (que você não entendeu e só por isso acionou seu preconceito para julgá-la dessa maneira). Você “sim, e…”;
Alguém quer tentar algo que você já tentou mil vezes e não deu certo. Você “sim, e…”;
Alguém errou de novo e quer tentar de novo. Você “sim, e…”.
Que esse novo ano nos presenteie com mais perguntas e com o maravilhoso mundo do desconhecido, para entrarmos na nuvem, cruzarmos a fronteira do conhecido para o desconhecido e, junto com aqueles que confiamos e estão juntos conosco, praticarmos o “sim, e…” para encontrarmos caminhos completamente novos para os destinos que ainda nem sabemos que queremos alcançar.
Alessandro Gruber é sócio e consultor da Corall