No dinâmico mundo corporativo, a sucessão de CEO é mais do que uma mera transição de liderança; é um marco estratégico que define o rumo de uma organização. Trata-se de um momento de uma decisão crucial nas empresas: promover um líder interno ou buscar um talento externo?
Esta escolha não é apenas sobre encontrar a pessoa certa para o cargo, mas também sobre alinhar essa decisão com a cultura corporativa, as necessidades estratégicas e as tendências do mercado de trabalho.
Além de equilibrar esses aspectos, algumas organizações contemporâneas estão cada vez mais recorrendo a ferramentas sistêmicas, como as constelações organizacionais, para guiar este processo.
Acompanhe o artigo e entenda que a decisão entre um CEO interno ou externo é uma escolha complexa. O sucesso reside em encontrar um equilíbrio que respeite a identidade da empresa e atenda às suas necessidades estratégicas
A complexidade da sucessão de CEO
Cada empresa tem seu conjunto único de desafios, objetivos e cultura organizacional. Uma empresa familiar, por exemplo, pode valorizar a continuidade e a preservação de sua herança, enquanto uma empresa listada em bolsa de valores pode estar mais focada em resultados financeiros e na satisfação dos acionistas. Independentemente do contexto, a escolha de um CEO tem implicações profundas para a governança corporativa e o futuro da organização.
Um novo CEO pode significar a continuidade de um time de executivos e conselheiros ou pode implicar uma nova dinâmica relacional, acordos, visões de mundo e prioridades conflitantes.
Veja a seguir as duas faces desta escolha complexa e os seus desafios.
1. Promoção de uma liderança a CEO: uma jornada de continuidade
A promoção de um líder interno pode ser vista como uma aposta segura. Esses líderes já estão imersos na cultura da empresa, entendem suas nuances e possuem uma relação estabelecida com a equipe e os stakeholders. Eles carregam consigo a história da organização e são frequentemente vistos como a personificação dos valores e princípios da empresa. Além disso, a promoção pode servir como um motivador poderoso para outros funcionários, reforçando a ideia de que a empresa valoriza e investe em seu crescimento.
2. Contratação externa de CEO: injetando novas perspectivas
Por outro lado, trazer um CEO de fora pode ser revigorante para uma organização. Um novo líder pode trazer perspectivas frescas, ideias inovadoras e uma abordagem distinta para enfrentar desafios. Essa injeção de novidade pode ser crucial para empresas que buscam transformação ou que precisam se adaptar a mercados em rápida mudança. Além disso, líderes externos trazem experiências de outras culturas organizacionais, o que pode enriquecer e diversificar as práticas existentes.
Desafios e estratégias para uma sucessão eficaz na sucessão de CEO
Independentemente da origem do novo CEO, a integração e a aceitação por parte de sua equipe e das outras partes interessadas são fundamentais. Líderes externos, em particular, podem enfrentar desafios maiores na adaptação à cultura existente e mais do que isso, geralmente imprimem uma mudança perceptível de cultura.
Estratégias eficazes de onboarding e programas de mentoria podem facilitar essa transição. Além disso, é crucial gerenciar as expectativas e comunicar claramente a visão e os planos para o futuro.
Preparação e desenvolvimento de lideranças internas
Para organizações que preferem promover internamente, é essencial investir no desenvolvimento contínuo de seus líderes. Programas de treinamento, coaching e oportunidades de liderança podem preparar potenciais candidatos para futuras posições de CEO, garantindo uma sucessão mais suave e eficaz.
Além disso, uma governança que facilite esse processo sucessório pode ser fundamental para o sucesso e continuidades. Recentemente, em um cliente da Corall, a escolha de um novo CEO de dentro acabou por fazer com que os outros dois outros candidatos internos saíssem da empresa logo depois, pois a governança e os combinados entre os líderes seniores não estavam claros.
O uso de ferramentas sistêmicas na sucessão de CEO
A constelação sistêmica é uma abordagem inovadora que permite às organizações visualizar e trabalhar a dinâmica oculta dentro de seus sistemas. Essa metodologia, originária das terapias familiares sistêmicas, foi adaptada para o contexto organizacional e pode fornecer insights profundos sobre as relações e as forças atuantes dentro de uma empresa.
Na sucessão de CEO, as constelações podem ajudar a revelar as interações entre diferentes candidatos, departamentos, estratégias e a cultura organizacional, oferecendo uma visão mais ampla que vai além da análise convencional.
Exemplo prático de promoção interna: Empresa Brasileira de Tecnologia
Considere o caso de uma empresa brasileira de tecnologia em rápido crescimento. Diante da necessidade de um novo CEO, a empresa optou por uma promoção interna. Utilizando a constelação organizacional, a empresa mapeou as dinâmicas internas e identificou um líder de departamento com forte alinhamento à cultura organizacional e uma visão inovadora alinhada ao futuro da empresa. A constelação revelou que essa escolha fortaleceria a coesão interna e incentivaria a inovação, apoiando a empresa em sua trajetória de crescimento contínuo.
Exemplo prático de contratação externa: Multinacional Brasileira
Em contrapartida, uma multinacional brasileira no setor de bens de consumo enfrentava desafios de expansão e inovação. A empresa optou por trazer um CEO externo. Por meio de uma constelação organizacional, explorou-se como uma liderança externa com experiência internacional poderia integrar-se à empresa.
A constelação revelou potenciais desafios de integração cultural, mas também destacou as oportunidades de renovação e expansão de mercado. A ferramenta ajudou a preparar o terreno para uma transição suave, com estratégias para integrar o novo CEO à cultura da empresa, garantindo alinhamento e aceitação por parte dos stakeholders.
Tendências e o futuro do trabalho: equilibrando interno e externo
O cenário corporativo está evoluindo, e com ele, as expectativas em relação aos CEOs. Há uma crescente demanda por líderes que não apenas entendam o mercado e tenham competências técnicas, mas que também sejam campeões da diversidade, inclusão e práticas sustentáveis. Além disso, a era digital exige CEOs que estejam à frente nas tendências tecnológicas e que possam guiar suas empresas através da transformação digital.
A decisão entre um CEO interno ou externo é uma escolha complexa. O sucesso reside em encontrar um equilíbrio que respeite a identidade da empresa e atenda às suas necessidades estratégicas. Uma abordagem flexível, que considera as qualidades individuais dos candidatos, às necessidades específicas da organização e uma preparação adequada da governança e cultura organizacional, pode levar a uma liderança mais robusta e adaptativa.
Mesmo com a recente tendência de promoções internas, dadas as incertezas enfrentadas pelas empresas e a necessidade de transições de continuidade, destacamos a importância de permanecer aberto a talentos externos, abraçando uma abordagem equilibrada que combine o melhor dos dois mundos. Em última análise, a escolha certa para a sucessão de CEO depende de uma compreensão profunda do contexto único de cada organização e de uma visão estratégica para o seu futuro.
Neste contexto, a utilização de ferramentas sistêmicas que ajudem a revelar informações geralmente ocultas ou inconscientes, possibilitam a organização e as pessoas a estarem melhor preparadas para ter sucesso nessa transição.
Você quer conversar mais sobre esse tema e compartilhar os desafios da sua empresa? Podemos te ajudar nesta transição crucial!
Até breve.