Além do aumento expressivo de pesquisa e estudo sobre o efeito dessas práticas nos últimos 10 anos, também melhorou o acesso a essas informações e práticas para a população em geral, seja pela oferta de aplicativos, espaço na mídia on e off line assim como no número de profissionais e locais para a prática.
Nos Estados Unidos, no último estudo conduzido pelo Centro Nacional de Saúde Complementar e Integrativa do NIH (NCCIH) e pelo Centro Nacional de Estatísticas de Saúde (NCHS) do Centro de Controle e Prevenção de Doenças, em 2012, destacam-se algumas estatísticas:
- Aproximadamente 21 milhões de adultos (quase o dobro do número de 2002) e 1,7 milhão de crianças praticavam ioga.
- Quase 18 milhões de adultos e 927.000 crianças praticavam a meditação.
- As crianças cujos pais usam uma abordagem de saúde complementar são mais propensos a usar um também.
Espero curioso pelos resultados do estudo em 2017 e descobrir estatísticas parecidas no Brasil, os números divulgados por sites e instituições ainda variam muito, de meio milhão a cinco milhões!
No campo científico centros de excelência como a Escola de Medicina de Harvard, Universidade da Califórnia, King´s College de Londres, Universidade de Hangzhou, Escola de Medicina da USP entre outros tem realizado pesquisa básica e estudos investigativos que atestam os benefícios das abordagens de saúde complementar mente-corpo:
- Redução do estresse e aumento da resiliência
- Diminuição do ritmo de envelhecimento das células induzido pelo estresse através do aumento de atividade da telomerase, considerada a enzima da longevidade
- Aumento da capacidade de foco e atenção, controle emocional e empatia
Sara Lazar, uma neurocientista do Hospital Geral de Massachusetts e da Escola de medicina de Harvard estudou os efeitos biológicos da meditação e se surpreendeu: praticantes habituais de meditação têm um aumento da quantidade de matéria cinzenta nas regiões insulares e sensoriais, o córtex auditivo e sensorial, sugerindo que os efeitos na estrutura cerebral estão relacionados com o exercício cotidiano da respiração, dos sons e da experiência do momento presente. Outra descoberta no mesmo grupo de estudos é que os meditadores têm mais matéria cinzenta no córtex frontal, o que está associado com memória, tomada de decisão executiva e capacidade de entender questões complexas.
Pratico ioga e meditação diariamente há quase dez anos e minha experiência pessoal está em linha com os achados acima. Acredito no enorme potencial destas práticas não somente na saúde e bem-estar mas principalmente na criação de resiliência e maior capacidade de conexão empática com as pessoas dentro e fora da organização, gerando assim confiança e contribuindo para a produtividade e inovação das empresas.
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Vicente Gomes é sócio consultor da Corall e escreve para o blog Gestão Fora da Caixa da Exame.